Dos denunciados, duas são mulheres, entre elas a mentora do crime Suziane e outra, Tatiana que ficou encarregada de cuidar do bebê
Tudo que o site da Tribuna havia publicado, à cerca da motivação que envolve até hoje o desparecimento, morte e ocultação do cadáver do casal Kawany Cleve e Rubens Biguetti é citado na denúncia do Ministério Público através do Promotor de Justiça da Comarca de Goioerê, Dr. Guilherme Franci dos Santos, que denunciou quatro pessoas apontadas como envolvidos no desaparecimento do casal, que ocorreu na noite do dia 3 de agosto, uma segunda-feira, por volta das 20 horas, quando o filho do casal, de 4 meses foi encontrado abandonado na calçada de uma residência na Avenida Norte do Paraná, ao lado da UBS da Vila das Candeias.
E, na manhã do dia seguinte, terça-feira, 4, o carro do casal um Honda Civic LXS, placas EDZ-5988, de cor preta, foi encontrado queimado na comunidade rural da Jamaica no interior do município de Moreira Sales.
CASA FOI ARROMBADA. Um detalhe que para a Polícia foi importante para enfatizar que o casal Kawany e Rubens Biguetti estariam mortos, foi que um dia após o desaparecimento do casal, na madrugada do dia 5 de agosto, uma quarta-feira, a residência do casal, foi arrombada, e depois de totalmente revirada foram levadas todas as jóias e diversos objetos, inclusive roupas de Kawany.
Um detalhe que chamou a atenção: o portão de entrada da residência foi arrombado, para que o cachorro saísse para a rua, e assim as pessoas não teriam problemas para praticar o roubo na casa, vizinha de frente de Suziane. E os autores do roubo foram pessoas do círculo de amizade de Kawany e de Suziane e residiam nos fundos da casa da vítima.
ACUSADOS. Os quatro elementos denunciados pelo Ministério Público como envolvidos no desaparecimento do casal, são eles:
– A primeira a ser presa, no dia 12 de agosto, foi Suziane Ferreira dos Santos, 23 anos, que desde o início era apontada como mentora do duplo assassinato.
– Alessandro Benati de Souza Jr. (Mohamed), que segundo o inquérito teria sido o autor dos tiros que matou Rubens e Kawany.
– Mauro Cavalcante Sobrinho (“Ceará”), que assim como “Mohamed”, teriam participado diretamente da execução do casal.
– Tatiana Aparecida da Silva, 34 anos, amiga de Suziane, foi encarregada pela Suziane de cuidar da criança enquanto os pais, haviam sido atraído para a emboscada mortal. Ao ser informada que o “serviço” havia sido concluído, Tatiane abandonou o bebê no local em que foi encontrado, ou seja, defronte a uma residência defronte a UBS da Vila das Candeias, vizinha da casa da Tatiana.
Suziane encontra-se recolhida na cadeia feminina de Goioerê desde o dia 12 de agosto.
NA PEC. “Ceará” e “Mohamed” estão presos na Penitenciária de Cruzeiro do Oeste. Enquanto que Tatiana encontra-se em liberdade.
OUTROS. Além dos quatro denunciados o Ministério Público aponta o envolvimento de outros possíveis envolvidos na trama diabólica que resultou na execução do casal.
MOTIVO TORPE. Na denúncia o Promotor Dr. Guilherme Franci dos Santos, cita que os acusados, com consciência e inequívoca vontade de matar com motivação torpe (imoral, algo desprezível), empregou recursos que dificultou a defesa das vítimas Kawany e Rubens.
INVESTIGAÇÃO PROSSEGUE. Ainda em sua denuncia o representante do Ministério Público, Promotor Guilherme Franci, requereu ao Juiz de Direito da Vara Criminal a continuação por parte da Polícia Civil envolvendo a perícia nos celulares apreendidos com os envolvidos no crime com objetivo de esclarecer as motivações da execução bem como tentar a localização dos corpos.
No início as investigações desse rumoroso caso policial, apontou 9 pessoas que teriam participado da macabra ação criminosa, cujas investigações foram iniciadas pelo delegado Dr. Hélio Nunes que se afastou do caso que em seguida foi assumido pelo Dr. Adailton.
Desses 9, quatro foram denunciados, formalmente. O envolvimento dos demais – inclusive um advogado e o elemento que atraiu o casal para a emboscada, com promessa de vender um revolver – continuam sendo investigados.
O MP requereu, que os quatro denunciados sejam julgados pelo Tribunal do Júri e que os denunciados aguardem o julgamento presos.
Droga foi a motivação do violento crime
Um detalhe que desde o início do desaparecimento e morte do casal Kawany e Rubens chamou a atenção, foram as declarações do Delegado Hélio Nunes, nos primeiros dias da investigação do desaparecimento do casal.
O delegado acreditava tratar-se de crime com motivação envolvendo drogas. Isso porque, no dia do desaparecimento do casal, o filho de Kawany e Rubens, foi abandonado, o delegado Dr. Hélio foi taxativo em afirmar que acreditava que a motivação do crime teria envolvimento com drogas. Na época o Dr. Hélio afirmou: “traficante não mata criança”, acreditando que naquele momento (dois dias após o desaparecimento) o casal Kawany e Rubens dificilmente seriam encontrados com vida.
DROGA. O envolvimento de Suziane como mentora da execução do casal, teve início com a prisão de Jonata Cavalcante, o “Dionin”, que foi preso no dia 9 de julho em sua casa, na Avenida Tiradentes, esquina com a Rua Guaira, um local que era apontado como ponto de tráfico de drogas, e, vizinhos de frente do casal Kawany.
Com a prisão de “Dionin”, Suziane passou a acusar Kawany e Rubens de ter sido os mentores da delação que levou a Polícia a desmantelar a “boca de fumo” que existia na casa de Suziane, que era mantida por ela, o marido (“Dionin”), Ceará e “Mohamed”.
A partir daí o clima entre ambas que moravam vizinhas acirrou.
“TALARICA”. E a situação ficou ainda mais tenso quando Kawany passou a insinuar que Suziane seria uma “talarica”, que no mundo do crime significa mulher de preso de estar “chavecando” com outros homens.
A partir daí, Suziane passou a nutrir um ódio mortal por Kawany, a ponto de tramar com “Ceará” e “Mohamed” a morte do casal, que aconteceu na noite do dia 3 de agosto, preparando uma emboscada para Kawany e Rubens. Emboscada que teve a participação de outras pessoas, as quais a Polícia já os identificou. O casal Kawany e Rubens foram atraídos para uma emboscada com a promessa da compra de uma arma de fogo. Informações dão conta de que a emboscada teria acontecido próximo a Quarto Centenário nos pés de manga.