Como se não bastasse a falta de doses de vacina contra a Covid-19, as autoridades ainda têm que lidar com os chamados ‘fura-fila’ da vacinação. O Governo do Paraná colocou suas ferramentas de controle para identificar pessoas que tenham sido vacinadas contra covid-19 fora dos grupos prioritários. A Controladoria-Geral do Estado (CGE) recebe denúncias, cruza informações, visita prefeituras que receberam as doses e, desde publica a lista das regionais de saúde com a quantidade de suspeitas de fura-filas. Em cinco dias, o número de suspeitas de fura-filas subiu 79,7%, segundo levantamento do Bem Paraná.
Há cinco dias, eram 207 denúncias. E dados da CGE, atualizados no dia 15, revelam 372 casos suspeitos. Curitiba lidera a lista de suspeita de fura-filas, com 67, seguida de Maringá, com 15 casos, e Londrina, com 12. Ao todo, 123 dos 399 municípios paranaenses já contam com pelo menos uma denúncia de fura-fila da vacinação anticovid. A Região Metropolitana de Curitiba responde por um terço dos casos de denúncias, somando 112 casos.
As informações numéricas, protegendo a identidade dos suspeitos, relativas às denúncias recebidas nas 22 Regionais de Saúde do Paraná, passarão a ser divulgadas na página Paraná sem Fura-Fila, no portal www.coronavirus.pr.gov.br, na área destinada à Vacinação. As denúncias são encaminhadas ao Ministério Público Estadual, que tem competência para acionar prefeituras, se for o caso. A CGE e o MP estadual fazem parte da Rede de Controle, junto ao Tribunal de Contas do Estado, com apoio do MP Federal e do Tribunal de Contas da União. A força-tarefa foi formada para identificar e punir quem não respeita a ordem de vacinação e fiscalizar o cumprimento do plano de imunização estadual, que está atrelado ao plano nacional.
A equipe da Controladoria-Geral do Estado que faz parte da CGE Itinerante visitou, em uma semana, 23 cidades de nove Regionais de Saúde, com o objetivo de dar mais segurança ao processo de vacinação contra a Covid-19. A atividade se soma ao registro de denúncias de fura-filas e ao cruzamento de dados de registros. O objetivo do Governo do Estado e de órgãos de controle externo é garantir o cumprimento do Plano Estadual de Imunização. Por meio de entrevistas com responsáveis da área, a equipe da CGE Itinerante confere o recebimento das doses e se o município segue plano de imunização. Foram cerca de 3 mil quilômetros rodados e visitadas a administração de nove regionais de saúde. “Nosso trabalho é de parceria com as prefeituras. O governo estadual tem responsabilidade até a entrega da vacina ao município, porém, queremos, com a CGE Itinerante, garantir que o processo seja idôneo e ético”, afirmou Raul Siqueira, controlador-geral do Estado.
Ele explicou que, apesar das visitas não terem caráter de fiscalização, elas são importantes para mostrar que o Estado se preocupa com a destinação das vacinas encaminhadas pela Secretaria de Estado da Saúde. “A vacina é um bem social e cabe ao Governo cuidar para que seja adequadamente empregada. Por isso, trabalhamos em parceria com a Secretaria da Saúde”, completou Siqueira.