Além disso, argumenta, as instituições de saúde já não têm mais como cumprir as metas exigidas pela legislação, deixando assim de receber recursos. “Tivemos durante a pandemia um aumento de custos próximos de 50%. Lembrando que os hospitais privados e filantrópicos representam a base do sistema do Estado, atendendo a cerca de 70% dos casos do SUS. Estes fatores somados podem resultar no colapso financeiro dos hospitais. Os hospitais não vão aguentar sem uma sensibilidade do poder público”, avisou.
A presidente da Associação dos Hospitais do Estado do Paraná (AHOPAR), Márcia Rangel de Abreu, exemplificou que o aumento de tributos no Estado de São Paulo, que comporta 70% das fábricas produtoras de insumos hospitalares, pode resultar no crescimento dos custos nos hospitais do Paraná. “Precisamos estudar uma contrapartida para desonerar impostos e tributos. É necessário pensar nisso para equilibrarmos as contas em um momento em que todo o sistema de saúde está sobrecarregado”, apontou.
As reivindicações são semelhantes ao do vice-presidente da Federação das Santas Casas de Misericórdia e Hospitais Beneficentes do Estado do Paraná (FEMIPA), José Pereira. Ele afirmou que muitos hospitais já encontram dificuldades financeiras para compra de insumos e medicamentos. Segundo ele, os valores estão “absurdos”. Além disso, o cumprimento de certas metas impostas pela legislação representa uma dificuldade neste momento. “Neste sentido, pedimos o apoio da Assembleia para encontrar um modo de isenção das metas qualitativas e quantitativas. Precisamos desta sensibilidade para ajudar aos hospitais”, pediu.
Estado – O representante da Secretaria de Estado da Saúde (SESA), Nestor Werner Junior, afirmou que o órgão está atento a todos os movimentos da pandemia, inclusive às necessidades dos hospitais. Ele explicou que, desde o início da crise, o Paraná optou por trabalhar com a rede hospitalar constituída, sem a abertura de hospitais de campanha. “Com a abertura de quase cinco mil leitos, entre UTI e enfermaria, o Paraná criou o equivalente a 50 hospitais de campanha de 100 leitos. Nós financiamos praticamente a totalidade desse número, pois apostamos na parceria com os hospitais”, afirmou.
Werner explicou ainda que, entendendo a atual situação dos hospitais, a SESA publicou uma nova resolução alterando a cobrança das metas qualitativas e quantitativas para os meses de abril e maio. “Entendemos que esta é uma questão muito sensível para os hospitais”, disse. (Fonte: Bem Paraná)