Prefeituras de Roncador, Nova Cantu, Mato Rico e Iretama participarão de projeto-piloto para avaliação de tecnologia inovadora para tratamento de lixo, que caso tenha bom desempenho promoverá a redução de até 97% dos resíduos, que hoje vão integralmente para aterros sanitários.
A iniciativa faz parte do programa Lixo 5.0 da Secretaria do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo (Sedest). O projeto foi discutido com prefeitos nesta semana.
“Estamos buscando maneiras mais sustentáveis de gerenciar os resíduos no Estado. Os aterros, ainda necessários na grande maioria dos municípios, acabam por prejudicar o meio ambiente”, diz o secretário do Desenvolvimento sustentável e do Turismo, Márcio Nunes. “Precisamos ter alternativas ao aterramento de resíduos. Para os aterros deverão ir apenas os materiais que não permitirem nenhuma forma de aproveitamento”.
Está em fase de instalação, no município de Roncador, dois reatores piloto de Termomagnetização (com capacidade de 10 toneladas cada um), que durante o período de estudo de até 6 meses tratarão todo o lixo comum do município, e também dos municípios vizinhos de Nova Cantu, Mato Rico e Iretama.
Os materiais recicláveis continuarão seguindo seus processos normais dentro dos municípios, sendo encaminhados regularmente às associações e cooperativas de recicladores.
A iniciativa é uma parceria entre a Sedest, Instituto Água e Terra (IAT), Universidade Estadual de Maringá (UEM), Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar), a empresa detentora da tecnologia, e os quatro municípios, com o acompanhamento do Ministério Público do Paraná (MPPR).
“A ideia é sempre testar as novas tecnologias que surgirem, para dar mais opção aos municípios paranaenses e de outros estados também, que também tem interesse nesse trabalho da Sedest. O programa não envolve repasse de recursos entre os participantes, tudo é feito por meio de parcerias técnicas”, diz Julio Cezar Rietow, engenheiro ambiental da Secretaria.
Durante o teste de 6 meses, os municípios irão administrar e monitorar o processo. “Ao final desse projeto-piloto, após resultado positivo e significativo, temos interesse de fechar uma parceria para dar sequência no trabalho, mantendo a tecnologia no município”, afirma o prefeito de Roncador, Vivaldo Lessa. “Estamos ansiosos e poderemos levar a ideia para mais municípios”.
LIXO 5.0 – A destinação final dos Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) ainda se resume, em quase todo o território brasileiro, ao simples amontoar ou enterrar os resíduos, o que conflita com a atual Política Nacional de Resíduos Sólidos, estabelecida pela Lei nº 12.305/2010.
A Sedest possui seis grandes programas para melhorar a gestão dos resíduos sólidos no Estado: Consórcios Regionais, Compra de Resultado, Eu pago pelo meu lixo, Contabilizando Resíduos, Logística Reversa e o Lixo 5.0.
O programa Lixo 5.0 visa implantar em municípios paranaenses projetos-piloto de novas tecnologias de tratamento de resíduos sólidos, desde separadores mecânicos, tratamentos mecânico-biológicos, até as rotas térmicas com geração de energia.
O programa busca apresentar às cidades paranaenses algumas alternativas ao não aterramento de resíduos, como os tratamentos térmicos, processos esses que utilizam o calor como forma de recuperar, separar ou neutralizar determinadas substâncias, ou reduzir a massa e volume presentes nos resíduos, ou ainda produzir energia térmica, elétrica ou mecânica; e também os tratamentos mecânico-biológicos, que visam reduzir à atividade biológica da fração orgânica no lixo doméstico de tal forma que sejam muito pequenas as quantidades de gases geradas no aterro, além de reduzir a quantidade de poluentes.
O objetivo da Sedest com esse programa em específico é identificar e avaliar as boas tecnologias para recomendar aos municípios o uso com maior segurança e menor risco. “Existem muitas alternativas tecnológicas, desde as prioritárias relativas à reciclagem e reúso, até a destruição com geração de energia. As tecnologias não competem entre si, elas são complementares e todas necessárias, cada qual em uma determinada situação”, explica o coordenador de Projetos Sustentáveis da Sedest, Charles Carneiro.