Neste domingo, 9, Luis Felipe Manvailer, acusado de matar a esposa, a advogada Tatiane Spitzner, foi interrogado no Fórum de Guarapuava durante o júri popular que analisa o caso.
O réu falou por 11 horas e decidiu não responder às perguntas da Promotoria do Ministério Público do Paraná e dos assistentes de acusação, os advogados que representam a família de Tatiane. Sendo assim, Manvailer respondeu somente perguntas elaboradas pelo juiz, Adriano Scussiatto, pelos seus advogados de defesa e pelos jurados, que fizeram diversos questionamentos.
Durante a sessão, Luis Felipe Manvailer detalhou o relacionamento do casal desde que se conheceram, em 2013. Além disso, a defesa trouxe fotos e vídeos de Manvailer e Tatiane, expôs prints de conversas entre o casal durante o período em que moraram na Alemanha – entre 2014 e 2016 – perguntou sobre a relação do réu com a família da esposa e os planos para o futuro. Durante uma fala do réu, a família de Tatiane se manifestou e o juiz pediu para que um familiar se retirasse do plenário.
Manvailer também afirmou que diversas pessoas que deram seus depoimentos mentiram e disse que sua vida acabou após a repercussão do caso: “arrebentaram comigo e com a minha família”, disse ele ao mencionar o papel da Promotoria do MPPR, dos assistentes de acusação e da imprensa.
Ainda, o réu deu sua versão sobre o que aconteceu na madrugada do crime. Conforme Manvailer, a discussão do casal aconteceu pois Tatiane queria ver seu celular. Ele relatou todas as agressões contra a esposa, que foram registradas em imagens de câmeras de segurança, e disse que a puxou para o elevador depois de ficar muito irritado. Manvailer disse que Tatiane chorava muito naquela madrugada e que foi várias vezes para a sacada.
O réu narrou que Tatiane tentou sair de casa durante a discussão e que ele a impediu, trancando a saída do apartamento. Na sequência, disse que viu a esposa pendurada na sacada e não teve tempo de chegar até Tatiane antes que ela se jogasse. Segundo o depoimento do réu, ele foi até a calçada e levou o corpo para dentro do apartamento por não conseguir raciocinar e que fugiu do local pois estava “fora de si”.
Diante da pergunta de um dos jurados, Manvailer simulou, no protótipo de corrimão trazido pela defesa, o que viu no momento da queda de Tatiane. Ele se segura com as mãos no corrimão e, na sequência, arranha as unhas, soltando a superfície.
No final da sessão, o juiz permite que Manvailer abrace a mãe. O momento dura alguns segundos e o réu é levado pelos policiais. (RicMais)