Estado divulgou que uma mulher de Moreira Sales, já morta, teria sido vacinada no município. Ocorre que a mulher está viva, conforme verificou uma investigação feita pela Secretaria Municipal de Saúde da cidade de Moreira Sales.
A notícia deixou registrada uma grande preocupação por parte da Secretaria Municipal de Saúde, do prefeito Rafael “Bolacha” e dos mais segmentos do município, preocupado de que a notícia pudesse comprometer o programa de vacinação no município.
O município de Moreira Sales foi incluído na relação de 31 municípios do Paraná onde pessoas apontadas como mortas teriam sido vacinadas.
Tão logo a notícia foi divulgada, o prefeito de Moreira Sales, Rafael “Bolacha”, assim como a secretária Municipal de Saúde, Roberta Carpiné, se manifestaram extremamente preocupados em relação a notícia.
ABANDONADA. De acordo com minucioso levantamento realizada pela equipe da Secretaria Municipal de Saúde, apontou que a senhora Julia da Silva que teria sido dada como morta, a aposentada relatou que seu ex-marido teria saído de casa e fugido com outra mulher para Rondônia, inclusive levando todos os seus documentos. Lá, a outra mulher faleceu e seu ex-marido teria usado seus documentos para realizar o sepultamento da segunda esposa.
APOSENTADORIA CANCELADA. A mulher conta ainda, que por conta disso, chegou a ter sua aposentadoria cancelada, sendo necessário que ela se apresentasse ao INSS diversas vezes para resolver o equívoco. “Foi isso que aconteceu. Meu ex-marido usou meus documentos e acabou me complicando” – conta Aurora Julia da Silva.
No início da semana, a secretária de Saúde do município, Roberta Carpiné, esteve na casa da aposentada, onde fez fotos com ela e encaminhou para a Comissão da Assembleia Legislativa, para reparar o erro.
IMAGEM ARRANHADA. O prefeito Rafael “Bolacha” lamentou o equívoco da comissão e disse que se uma investigação rápida não fosse realizada, os danos poderiam ser maiores. “Infelizmente a imagem da cidade fica arranhada. É preciso ter cautela com esse tipo de informação” – disse “Bolacha”.
CAUTELA. Nesta terça-feira, deputados da Assembleia Legislativa do Paraná, pediram cautela à comissão Comissão Especial que apura as possíveis irregularidades na vacinação contra a Covid-19.
De acordo com o presidente Ademar Traiano, é preciso ter cautela na divulgação, para não publicar nomes de cidades e de gestores públicos em casos que depois podem ser verificados que não foi cometido nenhum ato ilícito.
“O fato que me preocupa é a exposição do prefeito e do município. A gente sabe que eles estão fazendo o possível e o impossível para superar esse momento de crise e às vezes uma notícia publicada como se fosse atitude da administração pode comprometer a imagem do gestor e do município” – disse Traiano.
O presidente da Assembléia fez um apelo aos deputados para que tomem todos os cuidados possíveis na divulgação dos casos. “Faço um apelo, com respeito ao trabalho que a Comissão vem fazendo, para que tomemos essa cautela. Senão a imagem do próprio Parlamento fica ruim porque as vezes não procede a informação. Coisas negativas nesse período acontecem de toda ordem e temos que ter cuidado para não envolver o nome do gestor”, destacou.
ROMANELLI. Para o deputado Luiz Claudio Romanelli (PSB), primeiro secretário da Assembleia, a cautela e os cuidados na divulgação de dados devem predominar. “Têm prefeitos reclamando que foi divulgado material da Comissão com a lista das cidades que teriam vacinados pessoas mortas. Cada situação tem uma questão pontual, como homônimo, estava errado o cartão do SUS, tem de tudo”, elencou.
Segundo Romanelli, se não forem observados estes cuidados, a divulgação errônea pode causar prejuízos irreparáveis aos gestores. “Cada cidade tem a oposição que ‘printa’ aquilo e coloca nas redes sociais e transforma o secretário de Saúde e o prefeito em malfeitores. A Comissão precisa fazer um trabalho grande de acompanhamento e ter transparência, mas temos que tomar cuidado de averiguar, investigar antes de divulgar. Precisamos ter cuidado na divulgação de dados que as vezes só servem para fazer confusão”, concluiu.
Da mesma forma disse o deputado Michele Caputo. Para ele é preciso apurar “bem os fatos, que separe um erro de forma de um erro claro de direito; separe a ação individual equivocada, errada e as vezes criminosa de um determinado servidor ou situação de todo um processo de uma estrutura de uma secretaria ou prefeitura”.