A administradora Darlene Oliveira foi demitida da empresa em que trabalhava depois que o trisal formado por ela, junto com um casal de policiais militares, ganhou destaque nas redes sociais e sites de notícias. O desligamento da mulher foi confirmado pela sargento Alda Nery, no Instagram. Alda e Darlene formam um trisal com Erisson Nery.
Alda e Erisson se casaram no ano 2000. Os dois tiveram dois filhos no relacionamento, que estão com 17 e 13 anos anos. Segundo o casal, a entrada de Darlene representa um elo importante na relação, que “é mantida com respeito, amor e lealdade”.
O trisal se conheceu pelas redes sociais. A sargento Alda foi quem tomou iniciativa de conversar com Darlene. Após um tempo só na amizade, os três passaram a se relacionar afetivamente e desde então não se separaram mais. Segundo Alda, foi desta forma que ela descobriu que sentia atração também por mulheres.
“A Darlene perdeu o emprego baseado na justificativa de que ela estava se expondo demais e que isso faria mal à imagem da empresa na qual ela trabalhava. Hoje, a Darlene já está trabalhando numa empresa maravilhosa, aonde os chefes têm uma mentalidade humana, uma mentalidade respeitosa, que respeitam as pessoas independente de suas escolhas sexuais”, desabafou a sargento.
“Eu não sei o que vocês acham, também não vou fazer aqui uma enquete, mas acho que a sexualidade ou a opção sexual ou quem alguém deseja amar não influencia em nada na sua competência como profissionais. Ô Brasil, nós precisamos mudar. Ô Brasil, nós precisamos melhorar, mas enquanto tivermos Darlenes, que não lutam pelos seus interesses, não brigam por seus direitos, as injustiças continuarão acontecendo. Eu não vou interferir, porque esse é um direito dela. Até quando situações como essas vão ficar impunes?”, questionou.
Vida profissional
Erisson contou ao G1 que ele e Alda seguem “o profissionalismo acima de tudo”. Os dois afirmam que até o momento não receberam nenhum tipo de manifestação dentro da corporação.
“A princípio, o Comando não se manifestou. Inclusive, a gente separou da outra página onde a gente fala sobre a nossa profissão para desvincular a imagem de militar do relacionamento”, comentou Erisson.
“Durante o serviço, somos profissionais e quando trabalhamos juntos, lá ela é minha comandante e a trato como minha comandante, presto as devidas continências e obedeço todas as ordens. Enfim, há o profissionalismo acima de tudo. Lá no quartel não somos casados, é a sargento Alda e o sargento Nery. Assim que sempre foi e assim que sempre vai ser”, explica o marido.
Erisson também reforça a luta contra o preconceito e diz que é possível que as pessoas se amem e respeitem de forma amorosa. “Embora seja dureza aí fora no mundo [lidar com] o preconceito das pessoas, para nós estarmos juntos supera tudo isso. É possível a gente amar, respeitar, ter fidelidade e lealdade em uma relação como esta”, afirmou.