O cantor de brega-funk João Vitor da Silva de Amorim, de 23 anos, era mais conhecido como MC Pitbull da Firma. No domingo (24), ele foi assassinado no Cabo de Santo Agostinho, no Grande Recife, onde morava. No dia seguinte, o caixão com o corpo dele foi desenterrado e incendiado no cemitério localizado no Centro do município
Discreto na redes sociais sobre a vida pessoal, ele costumava postar textos e fotos com informações relacionadas a casos de violência e vídeos de mulheres dançando suas músicas. O perfil no Instagram, que foi criado em julho, acumulava mais de 5 mil seguidores.
João Vitor da Silva de Amorim utilizava o nome artístico de duas formas: Pit Bull e Pitbull. Ele trabalhava num lava a jato e começou a cantar há cerca de quatro meses, incentivado pelo parceiro musical e amigo Everton Alves dos Santos, o MC Strick.
A dupla Pitbull da Firma e Strick costumava cantar sempre junta. Os dois aparecem nas redes sociais com títulos de música com conteúdo sexual explícito e tinham um show marcado para o dia 6 de novembro em Escada, na Zona da Mata pernambucana.
MC Pitbull tinha um canal amador no YouTube, onde divulgava algumas de suas músicas. Há três canções publicadas no perfil. Há cinco dias, a dupla lançou uma música nova. A canção foi gravada em parceria com os artistas Palok No Beat e DJ JL.
Parceiro musical e amigo da vítima, MC Strick afirmou que Pitbull era um rapaz feliz, que vivia sorrindo.
“Ele vivia sorrindo, brincando com todo mundo. Adorava crianças e também adorava ajudar a todos, era muito querido e amado. Vieram esses animais e interromperam não só o sonho dele, mas também o meu”, disse o MC Strick.
MC Strick contou, também, que Pitbull era filho único. Ele pediu justiça.
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“Ele era uma pessoa humilde, trabalhadora. Era filho único. O sonho dele era também dar oportunidade a outros MCs. Não tive tempo nem de me despedir. Estou sem chão, sem forças nem para me alimentar. Foram no cemitério cometer aquele crime. São uns monstros. É triste até para quem não conhecia ele”, declarou.Publicações
No dia da morte, MC Pitbull publicou uma foto no Instagram afirmando que estava sendo acusado de um crime que não teria cometido. Ele teria sido incriminado pelo assassinato de um rapaz chamado Pedro, no Cabo de Santo Agostinho.
Na publicação, ele pede ajuda para que o seguidores divulguem a informação desmentindo a associação dele com o homicídio. A Polícia Civil não informou se esse crime tem relação com o assassinato de MC Pitbull.
“Estão fazendo fake, inventando coisa minha sem eu ter nada a ver. Eu sei que isso é inveja e estão fazendo isso para me abalar, mas isso só me deixa mais forte. Eu não vou parar meu sonho por causa de uns comédias que não têm nem coragem de botar a cara”, disse o MC, no Instagram.
Em outra postagem, ele denuncia um homem que teria cometido um assassinato. Em outra, fala sobre um tiroteio que deixou sete pessoas feridas e uma morta, no Bar do Mineiro, em Gaibu. O crime aconteceu em agosto e a dupla estava cantando no local quando ocorreu o crime.
“Chegou o pessoal pela praia atirando em todo mundo na doida, não sabia em quem atirava […]. Foram para matar MCs lá no Mineiro [um bar]. Guerra de tráfico entre eles. Gaibu contra Gaibu”, em referência ao bairro que fica no Cabo de Santo Agostinho.
No vídeo, ele também afirma que não teve nada a ver com o crime e que chegou a socorrer uma criança que ficou ferida durante o tiroteio. Ele diz, também, que junto com o MC Strick levou a criança ferida para uma viatura da Polícia Militar.
O g1 tentou entrar em contato com a assessoria dos MCs, mas não obteve resposta.
Fonte: G1