A brasileira Thalita do Valle, de 39 anos, morta na última quinta-feira (30/6) em um bombardeio russo na cidade de Kharviv, na Ucrânia, era socorrista e atiradora de elite, além de estudar direito. Quando mais nova, ela também trabalhou como modelo e atriz.
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Thalita já havia atuado em conflito contra o Estado Islâmico no Iraque, no Curdistão iraquiano e no Curdistão Sírio, segundo registros em seu canal no YouTube. Durante o período, a jovem participou de treinamento para se tornar atiradora de precisão e integrar o grupo chamado “peshmerga”, termo pelo qual os combatentes curdos são batizados.
“A Thalita era do exército feminino e integrava uma linha de frente com atiradoras de elite. Era uma heroína, e a vocação dela era salvar vidas, correndo atrás de missões humanitárias”, disse o irmão Théo Ridrigo Vieira, em entrevista ao Uol.
Segundo ele, a militar tinha como função principal o trabalho de socorrista, mas também dava cobertura como atiradora. Théo contou ainda que conversou com a irmã pouco antes dela embarcar para a Ucrânia.
“Ela falou que estava indo para a Polônia para fazer a função de socorrista, ajudando as pessoas a saírem do país em guerra. Mas logo já foi para a área de conflito”, lembrou. “Quando a gente conversava por telefone, eu queria saber tudo. Mas ela dizia que não podia falar muito, porque as atividades por celular estavam sendo monitoradas por drones russos. Ela ligava só para avisar que estava bem.”
A última vez que os irmãos se falaram foi no dia 27 de junho. Na data Thalita, havia acabado de chegar na cidade de Kharviv, onde ocorreu o bombardeio.
Além de combatente, Thalita protagonizou peças teatrais durante a infância e foi modelo fotográfica aos 18 anos. A jovem também atuava em ONGs de defesa dos direitos dos animais. Em seu canal, ela compartilhou o vídeo de um resgate durante a tragédia de Brumadinho.
Thalita morreu ao lado do gaúcho Douglas Rodrigues Búrigo, 40 anos, que serviu ao Exército brasileiro por quatro anos e viajou para a Europa, onde lutou ao lado dos militares ucranianos.
É a terceira baixa de brasileiros durante o conflito, que já chega ao quinto mês. Em 9 de junho, o Ministério das Relações Exteriores confirmou que o brasileiro André Luis Hack Bahi, de 44 anos, que estava na guerra na Ucrânia, havia morrido em combate no país europeu.
Créditos: Metrópoles.