É preciso ter paixão para ser professora? história de vida… Todo professor tem sua história, seu caminho, seu percurso. E com este vem sua bagagem, as experiências trazidas, tudo o que compõe esse percurso.
Foram meio século (50) anos dedicados entre o Ensino Fundamental e o curso de formação do magistério, como docente da escola pública estadual e municipal, na maior parte do tempo como professora regente de sala de aula;
INICIANDO UM PERCURSO. Quando pensava no que “ia ser quando crescer” Já talvez por influência de minhas tias passava pela minha cabeça ser professora.
Diante disso paro e penso: – será que é preciso ter um “algo a mais” para ser professora? Desde o início do curso um pensador sempre me chamou muito a atenção primeiramente por sua visão de e sobre educação; depois, o amor e empenho com que praticava essa visão. Muito falado, mas no meu ponto de vista, pouco compreendido.
Ninguém pode falar do que não viveu, se não viver a educação não entenderá Paulo Freire. E se “ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua produção ou a sua construção.” (FREIRE, 2011, p. 24), como se criará possibilidades se não se ama o que faz, se não há entrega por aquilo que almeja alcançar?
Gostaria de agradecer primeiramente à Deus, pelas bençãos da minha existência, pelas inúmeras oportunidades que me ofertou de crescimento e aprendizado.
A meus pais, por toda a dedicação desde a infância e sempre, pelo incentivo de terem acreditado em mim, e por terem sido o suporte material e espiritual em todos os instantes. Aos meus 03 filhos Alessandra, Alessandro e Allan, minha continuidade verdadeira, genros, noras, parentes e amigos e em especial a família da Secretaria de Educação. Não poderia deixar de agradecer a todos (as) secretários (as) de Educação :Maria Estela Alvim; Maria Oralda L. Aleixo; Neusa Marques Motta; Anibal de Deus Borralho; Maria Zilda Barbosa; Antonia Luzinette G. Cainelli; Fatima Neves; Maria Nascimento B. Muniz; Fatima Neves; Aline Suellem Batista; Anirleia de Paula de Oliveira.
Tive uma infância com muitas lutas passei fome …passei frio…, mas nunca faltou amor calor humano e coragem para vencer os obstáculos.
Minha história profissional é a trajetória de uma professora que começou aos 13 anos e10 meses de idade , no dia 18/08/1972 no município de Iporã/PR ,de 1973 a 1977 trabalhei no município de Alto Piquiri/PR. Em janeiro de 1978 casei e mudei para o município de Goioerê/Pr, e fui trabalhar na Escola Maria Antonieta Scarpari na época a Secretária de Educação era Maria Estela Alvim pela qual tenho eterna gratidão, assumi meu padrão pelo Estado , trabalhando também pelo município trabalhei no Colégio Duque de Caxias com aula suplementar ,na época do meus amigos Aníbal e Givanildo diretor e vice diretor respectivamente. Lecionava de manhã na escola Estadual Maria Antonieta Scarpari à tarde no colégio Duque de Caxias e a noite na escola Municipal Jardim Primavera com a Eja fase I ,de 1993 onde até hoje sou lotada na escola Jardim Primavera.
Essa escola faz parte da minha história de vida tanto profissional e como cidadã, lá passei meus anos dourados com momentos de glória e outros de provações e resiliência, fiz amigos irmãos camarada levarei eternamente comigo. Nessa escola fui diretora por 04 gestões e coordenadora pedagógica por 02 gestões, fui coordenadora pedagógica na Escola Jose Jesus Cavalcante na época da diretora Meyre Aparecida Bonan que me acolheu com o maior carinho terei gratidão sempre.
Em 2016 no último ano de prefeito Beto Costa fui convidada para ser coordenadora pedagógica educacional na Secretaria de Educação com a Secretária Fatima Neves, pessoa ímpar, competente aprendi muito com ela. Em 2017 retornei para a escola Jardim Primavera meu lugar de origem. E, em 2020 fui convidada pela Secretária de Educação Aline Suellem Batista para assumir como Assessora Pedagógica, tenho por ela uma verdadeira gratidão pessoa humana de um coração enorme deixou o seu legado, e agora tenho a nossa mais nova Secretária de Educação Anirleia de Paula, pessoa justa , franca e leal, abençoada por Deus, as palavras fluem dando forma dentro de um contexto .Me chama de “Fenix” o renascer das cinzas, sempre terá o meu sentimento de gratidão e reconhecimento.
Espero ter contribuído para uma educação de excelência e qualidade dentro da nossa realidade. Presenciei muitas lutas e greves, fui presidente do Sindicato e sempre defendi a minha classe dentro da legalidade, sinto vitoriosa e privilegiada. Ao longo desse período acompanhei mudanças importantes no sistema educacional brasileiro. Acompanhei o crescimento dos anseios por reformas de base, entre as quais a da educação, orientada pela nascente Pedagogia do Oprimido, de Paulo Freire. “Profissional, vivi conflitos decisivos na forma de conceber a leitura e a escrita, tendo como referência política a realidade brasileira e, para sua prática, a produção livre do texto pelo aluno”, segundo a Pedagogia Popular, de Célestin Freinet.
E gostaria de terminar o meu relato com este trecho:
“As gerações futuras é que vão organizar o mundo do futuro. Hoje ainda não sabemos o que fazer num futuro que se mostra com fatos que ainda estão no âmbito da ficção” (D’AMBROSIO, 2005, p. 45). No entanto, para LIBÂNEO (1994, p. 137):
O sentido histórico dos conteúdos se manifesta no trabalho docente quando se busca explicitar como a prática social de gerações passadas e das gerações presentes interveio e intervém na determinação dos atuais conteúdos, bem como o seu papel na produção de novos conhecimentos para o avanço da ciência e para o progresso social da humanidade.
“PAIXÃO, PRA QUÊ?”
O amor à primeira vista é brutal apenas aparentemente… De resto, os próprios apaixonados logo confessam: ‘Fomos feitos um para o outro’. Philippe Meirieu.
Dedico todo meu existir; a Deus Porque d’Ele, por Ele e para Ele são todas as coisas.
Maria Aparecida Fermino Cidade.