O homem que se apresentava como pai de santo para cometer supostos estupros contra seis mulheres que procuravam ajuda espiritual foi indiciado pela Polícia Civil por cinco crimes: importunação sexual, estupro, ameaça, violência psicológica e posse ilegal de munição de arma de fogo.
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Ele foi preso preventivamente em 26 de agosto deste ano e, segundo a Diretoria-Geral de Administração Penitenciária (DGAP), ele continuava detido na triagem do presídio de Aparecida de Goiânia até esta quinta-feira (8). A defesa do suspeito disse que não irá se manifestar neste momento.
A delegada Cybelle Tristão, que investigou o caso, explicou que o indiciamento foi enviado ao Judiciário na segunda-feira (5).
A delegada contou que dentre as vítimas estão duas adolescentes e uma idosa. Todas foram ouvidas na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) e relataram que o homem se utilizava da religião e aproveitava da sensibilidade das pessoas para praticar os crimes sexuais.
“Uma das vítimas estuprada pelo investigado teve o intestino obstruído em razão do estupro, tendo que se submeter a cirurgia”, ressaltou a delegada.
A Federação de Umbanda e Candomblé de Goiás (Fuceg) fez um levantamento junto à federação brasileira e outras entidades e descobriu que o homem não tem registro como pai de santo e, consequentemente, atuava de forma ilegal no suposto terreiro de umbanda.
Armas e ameaças
Conforme os relatos das vítimas, na casa de umbanda havia munições de arma de fogo, drogas e facas utilizadas para intimidar as mulheres quando elas falavam que iriam parar de frequentar o local.
A Polícia Civil apreendeu 12 facas com o homem dentro do suposto terreiro, quando ele foi preso na sexta-feira (26).
“Quando elas deixavam de frequentar a casa, ele as ameaçava dizendo que ia destruir a vida das pessoas usando o nome da religião e das entidades”, destacou Tristão.
Segundo a delegada, as mulheres eram abusadas sexualmente quando o homem invocava as entidades que ele dizia trabalhar.
Casos
A delegada contou que alguns casos aconteceram no ano passado e outros neste ano. As vítimas que teriam sido abusadas não se sentiram confortáveis para fazer a denúncia na época do crime.
“Uma vítima falou com outra e os casos ganharam força. Elas então decidiram se juntar e fazer as denúncias na Deam. A federação goiana da umbanda as orientou também e as trouxe na delegacia para prestarem depoimento”, comentou Tristão.
De acordo com a polícia, o suspeito pode responder por estupro e ameaça ao final da investigação, mas a apuração ainda pode identificar outros crimes.