Os agentes cumprem 20 mandados de busca e apreensão em Curitiba, São José dos Pinhais, no Paraná, além de Governador Celso Ramos, em Santa Catarina, Barueri, São José do Rio Preto, em São Paulo, e em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro.
Conforme a PF, o grupo é investigado por crimes de estelionato, lavagem transnacional de dinheiro e organização criminosa.
A PF apontou que os investigados são suspeitos de movimentar, no Brasil, cerca de R$ 4 bilhões.
Grande parte do dinheiro arrecadado pelo grupo era usado para compra de imóveis de alto valor, carros de luxo, embarcações, reformas, roupas de grife, joias, viagens e outros gastos.
Grupo investigado pela Operação Poyais usava dinheiro arrecadado para a compra de imóveis de alto valor, carros de luxo, embarcações, reformas, roupas de grife e joias, segundo a PF — Foto: Divulgação/Polícia Federal
O delegado Filipe Hille Pace, da PF, disse que a investigação começou em março deste ano, depois de um pedido de cooperação policial internacional, feito pela Interpol, com solicitação da Homeland Security Investigations (HSI), do Department of Homeland Security da Embaixada dos EUA em Brasília EUA.
O pedido informava sobre uma investigação no exterior que identificou uma organização criminosa, liderada por um suspeito de Curitiba, que atuava com fraudes a partir de pirâmide financeira com comercialização de criptomoedas, lavagem de ativos, crimes contra o sistema financeiro.
A investigação apontou que a quadrilha aplicava golpes no Brasil e no exterior, desde 2016.
O brasileiro investigado como responsável por chefiar a organização, segundo a polícia, possuía mais de cem empresas abertas no Brasil vinculadas a ele. Com esse grupo empresarial, as fraudes eram aplicadas nacional e internacionalmente.
Operação da PF fez buscas contra grupo investigado por fraudes bilionárias envolvendo criptomoedas no Brasil e no exterior — Foto: Divulgação/Polícia Federal
A investigação brasileira identificou que o grupo atuava no Brasil, com o aluguel de criptomoedas com pagamento de remunerações mensais que poderiam alcançar até 20% do capital investido.
Conforme a polícia, milhares de vítimas foram lesadas por confiarem nos serviços prometidos pelas empresas, que alegavam vasta experiência no mercado de tecnologia e criptoativos, afirmando possuir uma grande equipe de traders que realizariam operações de investimento com as criptomoedas alugadas e garantindo que, assim, iriam gerar lucros.
A operação apontou que o chefe do grupo contava com membros da família dele nas fraudes. Os familiares eram funcionários das empresas, e se apropriavam dos valores investidos pelas vítimas.
Investigados por fraudes envolvendo criptomoedas no Brasil e no exterior usavam parte do dinheiro para compra de relógios e outros itens de luxo — Foto: Divulgação/Polícia Federal
Grupo agia em mais de 10 países
No exterior, segundo a PF, a organização criminosa atuava com marketing multinível, nos Estados Unidos e em outros 10 países.
Os investigados chegavam a criar e comercializar criptomoedas próprias, por meio das empresas, com promessas de pagamento de retornos mensais extravagantes. Porém, segundo a investigação, os criptoativos não possuíam lastros e não tinham liquidez no mercado.
Quadrilha liderada por brasileiro utilizava dinheiro de fraudes envolvendo criptomoedas para compra de imóveis de alto padrão, segundo a polícia — Foto: Divulgação/Polícia Federal
A ação recebeu o nome de Operação Poyais, em referência à fraude investigada na Inglaterra, no século 19, por um soldado escocês que enriqueceu vendendo títulos, com uma campanha publicitária elaborada, de um país que nunca existiu no mundo real, segundo a polícia.
A PF destacou que os crimes do brasileiro e do grupo alvo da operação possuem características semelhantes, considerando que atuavam vendendo promessas de lucros vultuosos a partir de serviços que nunca foram prestados.
Fonte: G1.