Com o início do ciclo da cultura do milho na região Oeste do Paraná, vem a preocupação com as pragas e doenças, que são alguns dos desafios enfrentados todos os anos pelos produtores.
Nesta safra uma grande preocupação é com a cigarrinha do milho, praga que teve uma grande incidência na cultura e consequentemente causou impacto negativo em 2022, interferindo na produtividade de algumas lavouras.
Na propriedade do cooperado de Cafelândia, Romano Czerniej, o milho mal acabou de emergir e já começaram os manejos para controle de pragas, e no momento a que mais preocupa é cigarrinha.
Segundo, Kelvin Czerniej, que é neto do produtor Romano e responsável em cuidar da propriedade, os cuidados com a lavoura vão desde o plantio até a colheita e, nesta fase inicial, a preocupação é com as pragas, como percevejo e a cigarrinha do milho, para as quais já fez a primeira aplicação, prevendo o ataque desses insetos. “Acredito que fazendo as aplicações de maneira preventiva, possamos ter um melhor controle da praga, e assim podemos explorar o máximo potencial da lavoura e buscar boas produtividades”, diz.
Ele lembra que na safra passada a cigarrinha interferiu na produtividade e nos últimos anos tem se tornado um grande desafio para a cultura de milho, mas ressalta que diante desse problema está sempre atento as recomendações técnicas da Cooperativa.
“Existem diversas práticas de manejos para controlar a cigarrinha do milho e os complexos de enfezamentos que são as doenças transmitidas pelo inseto, mas eu destaco três como as mais principais: a eliminação do milho voluntário, que é hospedeiro da praga; a avaliação genética dos híbridos mais resistentes aos enfezamentos; e a aplicação de produtos eficientes para reduzir a infestação da cigarrinha no campo”, explica João Maurício Roy, pesquisador do Centro de Pesquisa Agrícola da Copacol.
PREVENÇÃO
Partindo do princípio que “a prevenção é o melhor remédio”, a Copacol no início do ciclo da cultura da soja safra 2022/23, atuou fortemente junto ao produtor no controle do milho tiguera. A eliminação das plantas de milho voluntárias foi o primeiro passo visando a safra que se inicia, e o resultado já pode ser observado no campo com uma menor população do inseto, fato que facilita o controle.
“A eliminação das plantas voluntárias de milho foi determinante para a diminuição na população de cigarrinha agora no início do ciclo da cultura do milho segunda safra. Mesmo assim, a praga ainda atinge a planta e os nossos produtores devem ficar atentos aos manejos, principalmente onde os materiais são mais sensíveis. As aplicações devem ser realizadas no momento ideal e com inseticidas apropriados. Esses manejos devem seguir as orientações do engenheiro agrônomo que o atende”, destaca o pesquisador.
CAMPANHA ESTADUAL
A preocupação com a cigarrinha-do-milho não é só na Copacol, mas em todo o estado. “Paraná contra a cigarrinha-do-milho”, campanha lançada no final de fevereiro pelas cooperativas paranaenses, sindicatos rurais e órgãos do governo, tem por objetivo alertar o produtor para a crescente presença desse inseto nas lavouras e, ao mesmo tempo, orientá-los para as boas práticas de manejo, visando reduzir os problemas causados pela infestação da praga.
Se não for controlada de maneira correta, a cigarrinha do milho é vetor de doenças vasculares e sistêmicas que causam o chamado enfezamento da planta, problema capaz de reduzir em mais de 70% a produção de grãos nos cultivares suscetíveis.