Por proposição do deputado Arilson Chiorato (PT), coordenador da Frente Parlamentar Estatais e das Empresas Públicas, foi realizada nesta segunda-feira (17), no Plenário Deputado Waldemar Daros, a audiência pública sobre a privatização da Copel e os impactos na economia do estado do Paraná.
Estavam presentes as deputadas Luciana Rafagnin (PT) e Ana Júlia (PT) e os deputados Professor Lemos (PT), Requião Filho (PT), Goura (PDT), Doutor Antenor (PT) e Renato Freitas (PT), além dos deputados federais Tadeu Veneri (PT) e Elton Welter (PT).
Segundo o deputado Chiorato, “essa audiência é para ouvir a sociedade paranaense, coisa que o Governo do Estado não fez quando enviou o projeto para cá e também arguir a Copel sobre algumas irregularidades que chegam até nós, então a gente pretende discutir isso e buscar preservar a empresa mais robusta que o nosso estado tem hoje”.
O ex-governador e ex-senador Roberto Requião participou da reunião e declarou que “o mundo sabe que a energia elétrica é o principal insumo do desenvolvimento, por isso manter a Copel é decisão estratégica”.
O deputado Goura (PDT) afirmou que “o que está em jogo é o modelo de estado, o modelo da coisa pública, se esse patrimônio serve para a população ou para interesse de alguns poucos”.
O deputado Professor Lemos declarou que “depois de muitas lutas a Copel ficou nas mãos do povo paranaense e ela dá lucro, então não faz sentido entregar para a iniciativa privada. Energia elétrica não é luxo, ela é um bem que precisa chegar a toda população porque energia é um direito humano”.
A deputada Luciana Rafagnin afirmou que “a Copel é uma empresa estatal que também a sua função social como a tarifa social de energia e programas de apoio à agricultura familiar. Se vendermos o Copel, nós sabemos pelo histórico das privatizações que o Estado perde o controle das tarifas e acabam os programas sociais, além de perdermos nossa soberania em um setor estratégico”.
O deputado Doutor Antenor disse que “a nossa luta sempre foi contrária a privatização e nossa militância é sempre de engajar a luta para divulgar todo dia os nossos interesses pelas questões sociais e pela não privatização “.
Já a deputada Ana Júlia explicou “que o processo que para privatização é promover propositalmente a quebra da empresa por dentro e causam um adoecimento mental nos seus funcionários, esvaziam as funções, terceirizam as tarefas e apresentam um discurso raso dizendo que a empresa já não é mais lucrativa”.
O deputado Renato Freitas disse “que se estabelece uma empresa estatal pelo seu valor estratégico e uma privatização é sempre uma solução dada por àqueles mesmos que criaram o problema e depois querem empurrar a privatização como uma solução para todos os problemas”.
O deputado Requião Filho (PT) declarou que “é preciso explicar para todos os segmentos da sociedade a importância de manter a Copel e não privatizá-la. Explicar para o Agro que a Copel privada aumentará os custos de produção, explicar para a indústria que a energia cara aumentará os custos de produção, explicar para os empresários que o a energia cara irá comer o seu lucro. Ou explicamos para todos os paranaenses a importância desta empresa pública ou ficaremos falando apenas para nós mesmos”.
O presidente do Sindicato dos Engenheiros do Paraná, Leandro Grassmann, afirmou que “a Copel hoje é a empresa que tem a menor tarifa entre todas as empresas concessionárias de energia. Uma empresa só faz investimento onde tem retorno, chamado de investimento prudente que são os investimentos reconhecidos pela ANEEL, portanto são transferidos para a tarifa”.
Ao final da audiência pública os dirigentes dos partidos, sindicatos de trabalhadores, representantes da Federação do Comércio, Federação dos Trabalhadores Rurais e Agricultores Familiares, Sindicato dos Engenheiros e Movimentos Sem Terra e Sem Teto, assim com representantes de estudantes ouviram a leitura da Carta Manifesto apoiada por todos os presentes contra a privatização da Copel.