O ataque a uma creche na cidade de Blumenau (SC), que terminou com a morte de quatro crianças, no início deste mês, espalhou medo e tensão por todo o País quanto a segurança no ambiente escolar. Na região da Comcam não tem sido diferente. Diariamente prefeitos vêm discutindo medidas para implantarem nestes estabelecimentos. O objetivo é garantir a segurança e tranquilidade dentro das escolas.
Em Campo Mourão, embora o município tenha anunciado algumas medidas nos últimos dias, um grupo de pais do jardim Flora resolveu, por conta própria, contratar uma empresa de segurança particular pelo prazo de 45 dias. O objetivo é a garantia de segurança dos filhos, atendidos pelo Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) Mundo Encantado.
Com isso, vigias estão monitorando o local durante o horário de atendimento. A Tribuna do Interior purou que valor pago a empresa para estar prestando o serviço de segurança ficou em torno de R$ 4.000,00. O valor foi dividido entre os pais, que fizeram uma ‘vaquinha’ para o serviço temporário.
A Tribuna do Interior tentou ouvir alguém representando o grupo, mas os pais preferiram não comentar o assunto. Alguns apenas disseram que a medida foi tomada porque não acreditam em ações efetivas nas medidas anunciadas recentemente pelo Estado e pelo município.
Segundo eles, com a empresa contratada, os seguranças ficarão em tempo integral na parte externa do CMEI durante o horário escolar, garantindo mais tranquilidade enquanto estão no trabalho e a seus filhos na escola. No Cohapar, também em Campo Mourão, pais estão se reunindo para arrecadar recursos para aumentar o muro que cerca a instituição. Estão organizando uma rifa para levantar fundos.
A secretária de Educação de Campo Mourão, Tânia Caetano, ressalta que o município já vinha reforçando a segurança nos estabelecimentos de ensino há cerca de um mês antes do atentado em Blumenau. Entre as medidas adotadas, segundo ela, o município instalou sistema de monitoramento por câmeras em período integral com acompanhamento em tempo real por empresa de vigilância contratada pela prefeitura. As imagens são compartilhadas com a Polícia Militar. Diretores das escolas também acompanham as imagens em tempo real. Além disso, frisou, qualquer pessoa só entra nas escolas com horário marcado e a devida identificação.Tânia comentou que ainda está em processo de instalação o ‘botão do pânico’. “Estamos constantemente em reunião com a Polícia Militar que intensificou patrulhamento em frente aos estabelecimentos de ensino. Todas as escolas estão orientadas, fechadas e seguras”.
REGIÃO
Em Boa Esperança, o prefeito da cidade, Joel Buscariol, adotou desde a última sexta-feira segurança com detector de metais na entrada das escolas municipais. Ele fez o anúncio em um vídeo gravado, divulgado na página oficial do município.
“Peço a todos os pais que tenham compreensão e nos ajudem”, pediu. Além disso, conforme o gestor, outras medidas virão em segunda etapa como cercas elétricas, câmeras de monitoramento e alarmes.
Além disso, outra determinação, conforme Buscariol, é o acesso restrito às escolas do município. Ou seja, só está entrando nos estabelecimentos de ensino, professores, funcionários e alunos. “Conto com o apoio e ajuda dos pais”, ressaltou.
Em outros municípios, os prefeitos têm se reunido com a Polícia Militar buscando medidas mais efetivas de prevenção, além da intensificação das patrulhas ao entorno dos estabelecimentos de ensino.
NRE
A chefe do Núcleo Regional de Educação (NRE) de Campo Mourão, Ivete Keiko Sakuno, comentou que a Secretária de Estado da Educação em parceria com a Secretaria de Segurança Pública, por meio das Polícias Militar e Civil, estão monitorando ‘ ininterruptamente’ redes sociais para identificar ações suspeitas ou a propagação de fake news envolvendo o tema.
“Na nossa região, o Batalhão de Patrulha Escolar (BPEC) está firme neste trabalho de patrulhamento, investigação e orientação. Na semana passada fizemos reunião com todos os diretores, nosso BPEC e o BPEC de Curitiba onde todos foram orientados. Pedimos também a toda a comunidade escolar, em especial os pais dos nossos alunos, que conversem com seus filhos e acompanhem o que eles estão fazendo na internet”, falou Ivete.
Fonte: Tribuna do Interior