O julgamento que pode cassar o mandato do senador Sergio Moro (União) será retomado nesta segunda-feira (8). Este será o terceiro dia de sessão e são esperados mais votos dos desembargadores que analisam o caso de um suposto abuso de poder econômico realizado pelo político durante a pré-campanha eleitoral de 2022.
Nos dois primeiros dias de julgamento dois desembargadores já declararam os votos. No primeiro dia de sessão, dia 1º de abril, o relator Luciano Carrasco Falavinha de Souza votou pela não procedência das ações do PT e do PL. Ou seja, ele entende que não há provas de que Moro cometeu abuso de poder econômico na campanha eleitoral de 2022 e, por isso, não há motivo para cassação.
Já no segundo dia de sessão, realizado no dia 3 de abril, apenas o desembargador José Rodrigo Sade votou. O representante da corte declarou que houve irregularidade na campanha de Moro e votou pela cassação. Com o voto, o placar do julgamento segue empatado em 1 a 1.
Logo após o voto de Sade, a desembargadora federal Claudia Cristofani alegou que precisa de mais tempo para refletir sobre o caso e pediu vistas do processo. A sessão foi suspensa e será retomada às 14h, desta segunda-feira (8).
Se for cassado pelo TRE, Moro não deixará o cargo imediatamente porque a defesa poderá recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Se a eventual cassação for confirmada pelo TSE, novas eleições serão convocadas no Paraná para preencher a vaga do senador. Ele também poderá ficar inelegível por oito anos.
MORO NEGA CRIMES. O senador Sergio Moro prestou depoimento na sede do TRE no dia 7 de dezembro de 2023. O político negou qualquer crime cometido durante a campanha eleitoral de 2022.
“Eles falam em caixa 2 e nada foi comprovado. Todos os gastos feitos tanto no período da campanha, como antes da campanha, foram declarados e feitos perante a lei pelos partidos políticos. Os gastos que eles apontam como excessivos, são gastos não relacionados com a campanha”, comentou Moro.
O senador também alegou que participou de um “teatro” e chamou as ações propostas de levianas. “Eles precisam provar aquilo que afirmam. Me sinto pessoalmente agredido”, finalizou.
A defesa de Sergio Moro, representada pelo advogado Gustavo Guedes, detalhou informações sobre os gastos da campanha.
“Deixando claro que Moro só veio disputar a eleição no Paraná em junho. Até então iria disputar a eleição em São Paulo e a Presidência. Portanto, não houve gastos aqui no estado. O mais comum é os partidos entrarem com ações de caixa 2 nas eleições. 98% dos gastos que eles apresentaram não foram gastos no Paraná, por isso não podem ser apresentados como gastos de pré-campanha”, explicou Gustavo Guedes.
Fonte: RicMais.