A FAMOSA TRAVESSIA PETRO X TERÊ NA SERRA DOS ÓRGÃOS
Por Anderson Pelói
Para os amantes de aventuras outdoor, sem dúvidas um dos trekkings mais famosos do Brasil pela beleza exuberante da Serra dos Órgãos, é a travessia Petrópolis – Teresópolis, um desafio que vale a pena ser vivido e vencido!
A Travessia da Serra dos Órgãos, também conhecida como Travessia do PARNASO (Parque Nacional da Serra dos Órgãos), é considerada por muitos uns dos trekkings mais lindos do Brasil. E de fato, merece esta fama!
O desejo de fazer esta Travessia era antigo, mas se passava as temporadas de montanha, e não acontecia. Enfim, no primeiro final de semana de agosto deste ano consegui realizar este tão esperado trekking.
A Serra dos Órgãos fica no estado do Rio de Janeiro, entre as cidades de Petrópolis e Teresópolis, fazendo parte do Parque Nacional Serra dos Órgãos, administrado pela ICMBio.
O curioso nome da serra é em função da semelhança da cadeia de montanhas principal com um órgão de igreja, e de fato, é muito diferente de outras montanhas que eu já conheci no Brasil, e de uma beleza surreal!
Fui com o pessoal da Aventure, agência de aventuras de Arapongas-PR, com os guias Carlão e Karen, que além de guias, são grandes amigos, os quais eu recomendo para quem quer iniciar no mundo da aventura, ou para quem já tem experiência e deseja se desafiar em travessias pelo Brasil.
O primeiro dia Travessia é apenas subida. Exige bastante condicionamento físico, levando em consideração o esforço da subida mais o peso que temos que temos que carregar. Mas o trajeto é compensador, pois as vistas são de tirar o fôlego.
O primeiro dia se chega no Castelos do Açu, onde montamos acampamento. Existe um abrigo, destinado a montanhistas, porém está parcialmente fechado. Usamos a cozinha a noite, e o cardápio foi feijoada! Quem disse que se come mau em montanha.
Acampamento montado, barrigas cheias, hora de dormir, porque o segundo dia se iniciará bem cedo!
Levantamos as 3:00h da madrugada, com bastante frio, desmontamos acampamento, arrumamos as cargueiras e seguimos para o nosso destino: nascer do sol no Portais de Hércules. Porém, não foi dessa vez kkkk! O GPS nos enganou e passamos direto pela entrada da trilha para os portais, e chegamos ao morro do Marco, onde podemos contemplar um nascer do sol cinematográfico!
Tomamos nosso café da manhã contemplando este nascer do sol, com vista privilegiada, descansamos, até que surgiu a ideia de voltar à trilha do Portais de Hércules no ataque. Metade da equipe topou o desafio, e lá fomos nós, em mais um sobe e desce muito puxado, mas compensador quando chegamos ao mirante.
De fato o lugar é incrível. Conforme fomos chegando, um por um foi sentando e admirando tamanha beleza, e pasmem, ninguém se quer pegou o celular para filmar ou fotografar, de tão impressionante é o visual.
Como ainda tínhamos que voltar para o Morro do Marco, pegar as cargueiras e seguir rumo ao destino do segundo dia, voltamos ao sobe e desce, bem puxado!
Equipamentos nas costas, seguimos em direção ao acampamento da segunda noite, Pedra do Sino, onde teríamos ainda que passar pelos trechos técnicos da Travessia, tão esperados por todos.
Neste segundo dia estávamos entendendo porque essa travessia é considerada uma das mais lindas do Brasil, além de sentir a adrenalina dos famosos trechos técnicos.
Depois de passar pela Pedra do Garrafão, enfrentamos os três trechos técnicos famosos que são:
O Elevador: uma parede de rocha com grampos, bastante úmida e lisa, que ao meu ver, possui em torno de mais ou menos uns 100 metros de comprimento. O trecho é muito inclinado, e vamos subindo serpenteando a parede. Alguns trechos eu fui usando a vegetação para alcançar os próximos grampos, pois eles são bem espaçados. Para quem é baixinho, acaba sendo um grande desafio alcançar grampo a grampo. Com a cargueira pesada então, aumenta muito o esforço físico.
Outro trecho, chamado de mergulho, é uma descida íngreme em meio as rochas, onde saber se apoiar bem é fundamental, principalmente com o peso da cargueira. Na minha opinião, dos famosos trechos, foi o mais tranquilo. Apelidaram de mergulho porque ao descer, desaparecemos em meio as rochas e a vegetação.
Seguindo em direção à Pedra do Sino, finalmente chegamos ao temido cavalinho. De fato, na minha opinião, o trecho exige muito cuidado. Por vídeos e fotos não se tem noção de quão desafiador a subida é. De um lado um paredão, e do outro um penhasco. Subindo em meio as rochas, existe uma pedra grande, por isto o nome cavalinho, porque é necessário passar por ela como se estivesse “montando em um cavalo”. Cavalinho domado, continuamos a subida íngreme, em direção ao camping Pedra do Sino.
Chegamos ao camping, montamos acampamento, e o prato da noite foi vaca atolada do cheff Carlão. Excelente pedida para repor as energias e esquentar a noite, que estava bem fria.
Último dia de travessia, levantamos mais tarde um pouco, tomamos um café mais demorado no abrigo, e antes de iniciarmos a descida, iniciamos a decida. A trilha é mais fechada, em meio a vegetação, que por sinal, é lindíssima.
Finalizamos a travessia em Teresópolis, brindando a conquista, cansados, porém, realizados e cheios de memórias incríveis!
E a Travessia, me surpreendeu? Muito!
De longe foi uma das minhas viagens que mais me exigiu esforço físico e resistência. Porém, a beleza da Serra dos Órgãos é de fato surreal.
Os 32km que percorremos não são fáceis, mas valeu muito a pena! Ansioso para a próxima aventura!
Quer saber mais? No insta eu tento contar mais detalhes de como foi!
Anderson Pelói: @andersonpeloi
Agência Aventure: @aventureoficial