Os consumidores têm sentido o peso no bolso ao comprar carne, que ficou mais cara nos últimos meses de 2024. Já para os pecuaristas, a alta representa uma recomposição de preços após um ano de quedas consecutivas.
Segundo o pecuarista Lindonês Rizzotto, a explicação para o aumento está na redução da oferta de animais prontos para abate, resultado de ciclos naturais da pecuária. “Na pecuária, há momentos em que a oferta é alta, e os preços caem. Isso faz com que o pecuarista diminua o plantel, vendendo matrizes. Com isso, há menos animais para reposição e, consequentemente, para abate”, explica.
De acordo com o IBGE, o preço médio da carne bovina está 8% mais alto que em outubro de 2023, com alguns cortes apresentando altas superiores a 10%. Além disso, o aumento das exportações valorizou a arroba do boi, contribuindo para o cenário.
Ciclo de mercado e impacto no consumo
Nos últimos meses, os preços baixos pagos aos pecuaristas desestimularam a ampliação dos rebanhos, levando ao abate de mais fêmeas e à redução do nascimento de terneiros. Agora, com menor oferta de gado, o consumidor enfrenta os preços mais altos.
Apesar disso, o dólar tem pouca influência direta no aumento. Segundo Rizzotto, a previsão de exportação para 2024 é de 2,5 milhões de toneladas, um crescimento de 28% a 30% em relação ao ano anterior. No Brasil, o consumo per capita de carne bovina está em 30 kg/ano.
O mercado global também mostra a força da pecuária brasileira, que possui um rebanho de 220 milhões de cabeças, contra 90 milhões dos Estados Unidos. A taxa de desfrute do Brasil é de 27%, enquanto nos EUA chega a 60%.
(Fonte: SouAgro)