As chuvas constantes, embora sem grande volume diário, têm causado dificuldades para os produtores rurais da região de Goioerê. Segundo o presidente do Sindicato Rural, Airton Gonçalves, a precipitação frequente no período da tarde tem interrompido o avanço da colheita e atrasado o plantio de novas áreas.
“A colheita tem sido prejudicada porque, com as chuvas diárias, o produtor precisa interromper os trabalhos e aguardar a secagem da lavoura no dia seguinte. Isso tem gerado bastante dificuldade para avançar com a colheita neste período”, explicou Airton em entrevista ao site Notícias Agrícolas
A situação é mais tranquila para os produtores que plantaram milho no início da safra, pois já realizaram a colheita. No entanto, aqueles que semearam posteriormente enfrentam desafios tanto para colher quanto para plantar. Com o acúmulo de áreas a serem colhidas ao mesmo tempo, a demanda de trabalho aumenta, dificultando ainda mais a logística no campo.
Outro fator que impactou a produtividade foi o veranico de novembro, com altas temperaturas que afetaram o desenvolvimento das lavouras. Segundo Airton, a expectativa inicial era de uma colheita recorde, mas as adversidades climáticas reduziram a produção. “Tivemos produtividades variando de 30 a 70 sacas por hectare, com uma média de 50 sacas, representando uma quebra de cerca de 25%. Isso significa uma perda de 50% a 60% do custo de produção”, detalhou.
Além das questões climáticas, os preços também preocupam os produtores. Com a queda do dólar e o aumento dos custos de produção, especialmente para aqueles que trabalham com terras arrendadas, o cenário econômico se tornou desafiador. “Os preços não estão no patamar necessário para o produtor. Mais do que se preocupar com o valor, a prioridade é garantir a produção. Se há uma boa colheita, mesmo que abaixo da expectativa, há um retorno, ainda que menor”, avaliou Airton.
As perspectivas para a safra de soja no Brasil ainda são incertas. Notícias de uma “super safra” acabam influenciando negativamente o mercado, mas a realidade no campo é diferente. “No Paraná tivemos um veranico em novembro, agora enfrentamos chuvas excessivas. No Rio Grande do Sul, há regiões muito afetadas e, em Mato Grosso e Goiás, algumas áreas podem nem ser colhidas devido às condições climáticas. É cedo para falar em uma super safra”, alertou o presidente do Sindicato Rural.
Diante desse cenário, os produtores seguem buscando estratégias para minimizar os impactos e garantir a continuidade das atividades agrícolas na região.