Publicidade
Publicidade

Notícias / Paraná Laudo do Simepar revela: tornados que atingiram 11 cidades do Paraná foram os mais intensos dos últimos 30 anos

quinta-feira, 27 novembro de 2025.

O Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar) divulgou nesta semana o laudo técnico que detalha, com mais de 130 páginas, a formação, trajetória e intensidade dos três tornados que atingiram o Estado em 7 de novembro. O documento elevou para categoria F4, na Escala Fujita, os tornados que devastaram áreas de Rio Bonito do Iguaçu e Guarapuava, enquanto manteve em F2 a classificação do tornado que atingiu Turvo.

Siga a Tribuna no WhatsApp

De acordo com o Simepar, o fenômeno — que atingiu 11 municípios das regiões Sudoeste e Centro-Sul — está entre os maiores registrados no Paraná nas últimas três décadas, considerando extensão, número de pessoas afetadas e grau de destruição: um único sistema atmosférico gerou três tornados, dois deles de categoria F4, com trilhas que somam mais de 300 km de deslocamento. “Esse estudo ajuda a entender o que aconteceu e preparar o Estado para eventos futuros”, destacou Paulo de Tarso, diretor-presidente do Simepar.

Siga a Tribuna no WhatsApp

Foram atingidos: Rio Bonito do Iguaçu, Turvo, Guarapuava, Quedas do Iguaçu, Espigão Alto do Iguaçu, Nova Laranjeiras, Porto Barreiro, Laranjeiras do Sul, Virmond, Cantagalo e Candói.

O laudo aponta que o ramo frio de um ciclone extratropical intensificou nuvens de tempestade sobre o Paraná, criando um ambiente com grande instabilidade, ventos fortes e umidade suficiente para a formação de supercélulas — tempestades com rotação, capazes de gerar tornados.

Duas supercélulas foram responsáveis pelos três tornados registrados. A metodologia de classificação seguiu os critérios da Escala Fujita, que analisa danos e velocidades estimadas do vento.

As equipes do Simepar trabalharam com uma combinação de:

  • imagens de satélite e radar meteorológico;

  • registros fotográficos feitos em solo e em sobrevoos;

  • depoimentos de moradores afetados;

  • análises geoespaciais e multiespectrais;

  • apoio do Corpo de Bombeiros, Instituto Água e Terra e Defesa Civil.

O meteorologista Reinaldo Kneib sobrevoou as regiões mais atingidas e registrou a trilha dos tornados, além de acompanhar relatos de equipes de resgate e moradores.

Classificação dos tornados

Tornado 1 – Até F4 (trajeto de 75 km)

Gerado pela primeira supercélula, passou por:

  • F1 – Quedas do Iguaçu, Espigão Alto do Iguaçu e Nova Laranjeiras

  • F4 – Rio Bonito do Iguaçu

  • F3 – Porto Barreiro e Laranjeiras do Sul

  • F2 – Virmond

  • F1 – Cantagalo

Foi o tornado de maior impacto: chegou a 3,2 km de largura em Rio Bonito do Iguaçu e deixou um rastro destrutivo com arremesso de veículos, colapso de estruturas e danos compatíveis com ventos acima de 330 km/h.

Tornado 2 – Até F4 (44 km de extensão)

Também gerado pela primeira supercélula, atingiu:

  • F2 – Candói

  • F4 – Distrito de Entre Rios, em Guarapuava

A destruição incluiu casas demolidas, devastação de vegetação e até o arremesso de um container por mais de 150 metros.

Tornado 3 – F2 (12 km de extensão)

Resultado da segunda supercélula, atingiu Turvo com ventos estimados entre 180 e 253 km/h.

O Simepar informou que já fazia boletins especiais desde o dia 4 de novembro, ao prever tempestades severas no Estado. No dia 7, meteorologistas trabalharam em operação concentrada, acompanhando em tempo real as supercélulas que se formavam.

Assim que os primeiros indícios de tornado surgiram em Rio Bonito do Iguaçu, as equipes iniciaram a classificação preliminar — inicialmente F2/F3 — confirmada e ampliada após análises técnicas e imagens registradas em campo e por sensores.