Jonson Marinho foi preso sábado, 30, e vai cumprir 17 anos preso em regime fechado, sem direito a recurso
Após quase 10 anos de espera chegou ao final o cruel assassinato com requintes de crueldade do taxista Iran Marinho que foi morto a tiros e facadas na manhã do dia 21 de fevereiro (um domingo) de 2010, pelos irmãos Claudinei (“Polaquinho”) e Sidnei (“Indinho”) de Oliveira e Josiane Melchior Gomes (na época amásia de “Polaquinho”). O crime teve como mandante o filho do taxista, Jonson Marinho. Foi um crime que chocou a comunidade goioerense.
CONDENADOS. No julgamento realizado no dia 21 de março de 2015. Os quatro foram condenados. Claudinei foi condenado a 19 anos, Sidnei foi condenado a 16 anos, Jonson a 17 anos, e, Josiane a 12 anos.
Claudinei e Sidnei estão presos desde a época do crime. Josiane e Jonson respondiam recurso no Superior Tribunal de Justiça, em liberdade.
MANDADOS DE PRISÃO. E, na última semana foram expedidos mandados de prisão de Josiane Melchior Gomes e de Jonson Marinho. Josiane foi presa na sexta-feira, 29, e encaminhada para a cadeia de Goioerê, devendo ser removida para a penitenciária de Foz do Iguaçu, onde vai cumprir a pena de 12 anos a que esta condenada.
JONSON PRESO. A localização de Jhonson pela equipe da Polícia Militar só ocorreu na tarde de sábado, uma vez que não havia sido localizado. Ele foi preso e encaminhado para a delegacia onde permanece a disposição da Justiça e será encaminhado para a Penitenciária de Cruzeiro do Oeste onde vai cumprir a pena de 17 anos a que foi condenado como mandante do crime que vitimou o próprio pai, Iran Alves Marinho.
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Um crime que chocou Goioerê
O bárbaro crime que vitimou o taxista goioerense Iran Marinho, na época com 71 anos, chocou a comunidade goioerense, completou mais de 9 anos. Foi um crime que durante cerca de 2 meses mobilizou a polícia e a opinião pública, que desde a manhã do dia 21 de fevereiro, um domingo, quando do desaparecimento do taxista, acompanhou o desenrolar do caso que a cada passo das investigações indignava ainda mais a opinião pública, culminando com a acusação que envolveu o filho de Iran, Jonson Marinho, apontado como o mandante do crime.
UM MÊS DEPOIS. O corpo de Iran Marinho só foi encontrado mais de um mês após o seu desaparecimento, em uma plantação de cana em uma propriedade rural na região da Água dos Palmitos, na estrada para São Luiz.
MULHER ATRAIU. Além do envolvimento do filho do taxista, o crime envolveu ainda Josiane Melchior Gomes, na época 21 anos. Foi ela quem atraiu o taxista para uma corrida até Moreira Sales. Josiane atraiu Iran Marinho para a emboscada onde foi morto a golpes de faca e tiro por Claudinei de Oliveira, o “Polaquinho”, e seu irmão, Sidnei de Oliveira, o “Indinho”. Os dois foram com Josiane no táxi de Iran contratado por ela para leva-los até Moreira Sales.
O taxista foi morto num carreador que dá acesso a comunidade rural há cerca de um quilômetro após o trevo de acesso a Moreira Sales, na PR-180. Após o taxista ser esfaqueado por diversas vezes, e ainda vivo, foi colocado no porta mala, do táxi, uma Parati foi deixado, a beira de uma represa a cerca de dois quilômetros do local em que foi esfaqueado.
s próprios assassinos afirmaram que quando o taxista foi deixado na beira da represa ele ainda estava vivo. Foi quando “Polaquinho” teria disparado um tiro na cabeça da vítima e jogado na água.
JOSIANE DENUNCIOU CRIME. De posse de informações de que o taxista teria sido chamado para uma corrida no Jardim Universitário a Polícia Civil começou a investigar a presença do taxista na região do Jardim Universitário e recebeu informações da presença de Josiane junto ao trevo de entrada do bairro, assim como o táxi de Iran que teria sido visto nas imediações.
Levada para a Delegacia, Josiane Melchior Gomes (Foto) acabou confessando que o crime teria sido praticado por seu amásio Claudinei “Polaquinho” e pelo cunhado Sidnei “Indinho” de Oliveira. Confessou detalhes à cerca do crime que teria sido arquitetado por “Polaquinho” e “Indinho” com a participação de Jonson Marinho, filho do taxista que montou todo o plano. E coube a ela atrair a vítima até o local no trevo de entrada para o J.U, o que segundo ela, não foi difícil, uma vez que tinha contatos com Iran Marinho, com o qual tinha tido relações sexuais, que o próprio amásio tinha conhecimento.
E foi o que aconteceu, na manhã de domingo, dia 21 de fevereiro de 2010, Josiane ligou para Iran Marinho que se encontrava no Pronto de Táxi na Rodoviária pedindo para ele a levasse até Moreira Sales. Chegando no trevo da PR-180, no acesso ao J.U, além de Josiane la se encontrava “Polaquinho” e “Indinho” que entraram no táxi e seguiram em direção a Moreira Sales.
Logo após o trevo de Moreira Sales, Josiane pediu para que o taxista adentrasse em um carreador, onde há cerca de um quilômetro obrigaram Iran a parar e descer do veículo onde ele recebeu diversos golpes de faca. Em seguida recebeu um tiro na cabeça e teve o corpo jogado em uma represa. Ainda de acordo com Josiane o taxista teria implorado para não morrer.
PRESOS. Diante das informações de Josiane as investigações se concentraram em “Polaquinho” e “Indinho” que acabaram sendo localizados no Jardim Universitário onde moravam.
ACUSARAM O FILHO. Durante as investigações “Polaquinho” (foto) e “Indinho” (foto) não só apontaram o filho da vítima Jonson Marinho como mandante do crime, como revelaram detalhes do plano bem como relataram de forma minuciosa todos os detalhes e planejamento do crime coordenado pelo filho da vítima.
PAGO. Em depoimento à Polícia na época, “Polaquinho” disse que a Parati havia ficado em poder de Jonson que os levou para Cascavel. “Polaquinho” disse ainda que Jonson teria prometido R$ 30 mil pelo “serviço” além de fornecer o revólver para a pratica do crime. Segundo os dois irmãos o revólver foi dado a eles dias antes na praça da Estação Rodoviária de Goioerê.
BUSCA SEM SUCESSO. Somente cerca de 40 dias o corpo do taxista foi localizado. No primeiro momento foi realizada uma busca minuciosa no local indicado por Josiane, onde o corpo teria sido “desovado” numa represa em uma estrada rural próximo ao local, onde o taxista foi dominado e esfaqueado e dali levado até a beira da represa onde foi alvejado com um tiro na cabeça e jogado na represa.
BUSCA INCESSANTE. Em seguida que Josiane contou o local onde o corpo foi deixado uma intensa busca foi realizado no local inclusive com o uso de escavadeiras e o Corpo de Bombeiros. Foram dias de procura, tendo a represa sido aberta. Tudo sem sucesso.
CORPO LOCALIZADO. Na tarde do dia 31 de março, 40 dias após o crime, o corpo do taxista Iran Marinho finalmente foi encontrado. O corpo foi localizado por trabalhadores que faziam a capina de lavoura de cana quando perceberam sinais de um corpo enterrado às margens de um riacho na estrada da comunidade rural da Água do Palmito no município de Goioerê.
A identificação do corpo foi fácil, uma vez que nas roupas da vítima foram encontrados documentos, além de objetos pessoais.
TROCADO DE LUGAR. Logo após o corpo ter sido localizado Claudinei em depoimento confirmou que num primeiro momento o corpo realmente fora deixado na represa em Moreira Sales, próximo ao local onde mataram o taxista.
No entanto, segundo ele, o filho do taxista e mandante do crime Jonson Marinho exigiu que o corpo fosse removido pois temia que caso fosse presa Josiane pudesse denunciar o crime e apontar o local onde o corpo fora deixado.
O próprio Jonson acompanhado de “Polaquinho” e seu irmão “Indinho” e de uma quarta pessoa que dirigiu um veículo que não soube precisar o modelo e a marca, fizeram a remoção do corpo de Iran Marinho que foi enterrado nas margens de um riacho na estrada rural Água do Palmito, no município de Goioerê onde foi localizado por trabalhadores rurais em adiantado estado de putrefação.
TODOS CONDENADOS. O julgamento dos quatro envolvidos: Josiane, os irmãos Claudinei e Sidnei e Jhonson acusado de ser o mandante, ocorreu no dia 22 de março de 2015. Depois de cerca de 40 horas, saiu o veredito. Os jurados reconheceram que tanto Josiane como Claudinei, “Indinho” tiveram participação direta no crime. Com relação ao filho do taxista Jonson Marinho, os jurados acataram a tese da Promotora Juliane Weber e do assistente de acusação, Pedro Luiz Marques, da participação direta de Jonson Marinho no crime, derrubando por terra a negativa de autoria dos advogados do acusado, de negativa de autoria que a defesa insistiu de forma veemente durante os debates.
CONDENADOS. A sentença condenatória dos quatro acusados lida na madrugada de domingo, pelo Juiz Christian Palharini foi a seguinte:
– “Indinho”, recebeu a maior condenação, 19 anos e 1 mês para ser cumprida em regime fechado;
– Claudinei, foi condenado a 16 anos e 3 meses de prisão, também em regime fechado;
– Josiane Melchior Gomes, acusada de atrair o taxista para a emboscada, foi condenada a 12 anos de prisão;
– Jonson Marinho, filho da vítima acusado de mandante, foi condenado a 17 anos de reclusão.
Tanto Josiane como Jonson recorreram da sentença e estavam em liberdade até o final de semana.
– “Indinho” e “Polaquinho”, já cumpriram cada um 5 anos de prisão. Desde que o crime foi desvendado, os dois estão presos, período que será descontado da pena a eles imposta.
Claudinei e “Indinho” estão presos desde a época do crime, enquanto que Josiane e Jhonson estavam em liberdade recorrendo da sentença que foram mantidas. E agora, quase 10 anos depois Josiane e Jhonson foram presos, sexta-feira e sábado, e vão cumprir a pena em regime fechado.
Mandante: dissimulado e frio
Desde o desaparecimento do taxista Iran Marinho, já era apontado envolvimento no crime, o filho Jonson Marinho como mandante do crime, mostrou uma pessoa fria e dissimulada. Desde o momento da procura pelo pai, até o sepultamento do corpo, acusação, prisão e julgamento, Jonson se mostrava ser uma pessoa dissimulada. No único momento que mostrou alguma reação foi durante o sepultamento dos restos mortais do pai, o taxista Iran Marinho.
Na época do crime Jonson marava com a mãe e o pai em uma chácara em Jaracatiá. Iran era proprietário de propriedades rurais e na cidade tinha como herdeiros quatro pessoas: Jonson, a sua mãe e outros dois irmãos, sendo eles: um empresário e outro funcionário público federal.
Busca incessante
A busca pelo taxista Iran Marinho utilizou avião e helicóptero nos primeiros dias de seu desaparecimento. No local onde o corpo foi desovado pela primeira vez no interior de Moreira Sales, reuniu centenas de pessoas, além dos próprios autores do hediondo crime, Claudinei e “Indinho”.
Trabalho importante
Durante o período de 40 dias em que perdurou as investigações em torno do crime do taxista, Iran Marinho, o trabalho das Polícias Civil e Militar foi incessante. O delegado Dr. Edson da Rosa (hoje aposentado), foi dos mais importantes para a elucidação do crime que chocou toda a comunidade goioerense.
Corpo localizado
Momento em que os restos mortais do taxista Iran Marinho foi localizado por trabalhadores na lavoura de cana às margens de um riacho na estrada Palmital no município de Goioerê, onde o corpo foi removido pela segunda vez pelos assassinos.
Arquivo: Tribuna da Região – Março/2010.