Segundo Instituto Lula, criança morreu de infecção generalizada provocada por bactéria Staphylococcus aureus
A Prefeitura de Santo André informou que o laudo do exame feito no menino Arthur Lula da Silva, de 7 anos, neto do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, apontou que ele não morreu por causa de meningite, como foi divulgado. Arthur morreu na manhã do dia 1º de março após dar entrada no Hospital Bartira, em Santo André.
A assessoria do Instituto Lula informou que Arthur morreu em decorrência de infecção generalizada provocada pela bactéria Staphylococcus aureus, que provoca infecção na pele.
A Folha confirmou a informação com quatro infectologistas que tiveram conhecimento do caso e com uma fonte próxima ao ex-presidente Lula, mas que preferem se manter no anonimato em respeito à família, que não fala sobre o assunto.
Segundo os exames feitos no Instituto Adolfo Lutz, foram descartadas: meningite, meningite meningocócica e meningococcemia. A Prefeitura explica que o hospital havia notificado que o motivo do óbito foi a meningococcemia, mas o resultado do exame realizado no mesmo dia acusou negativo para bacteria.
O que é Staphylococcus aureus
Segundo Claudio Stadnik, médico do controle de infecção da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, a infecção no cérebro por estafilococos tem quadro idêntico à infecção pela bactéria meningococo. Em ambos os casos, o quadro tem grande risco de morte. Ele diz que, anos atrás, atendeu a um paciente com quadro muito semelhante ao do jovem Arthur. Na ocasião, um garoto havia sido internado três dias depois de criar um hematoma ao bater o pé enquanto jogava bola. O menino teve febre, entrou em coma e, poucos dias depois, morreu.
A infecção por taphylococcus aureus imita um quadro de meningite. É difícil de diagnosticar porque o paciente evolui muito rápido, a bactéria demora para crescer nas culturas (de análise em laboratório da proliferação das bactérias) e a gente só fica sabendo depois se é de fato ela. Não há exame clínico capaz de separar as duas infecções, ambas causam rigidez de nuca, náuseas, vômitos e crises convulsivas. É uma infecção que não acontece fácil, mas todo médico de emergência e infectologista tem receio de deparar com esse tipo de estafilococos, porque é uma luta árdua entre a vida e a morte — diz o infectologista.
A Staphylococcus aureus costuma viver na pele, sobretudo dentro do nariz. Via de regra, não causa problemas. Mas, em pessoas com predisposição genética, a bactéria pode cair na corrente sanguínea quando coçamos um local da pele onde ela está em grande quantidade e, em seguida, coçamos feridas, hematomas, cortes ou espinhas – portas de entrada para a corrente sanguínea.
Das espécies de estafilocos, a Staphylococcus aureus é a mais perigosa. Medidas de prevenção incluem higienizar as mãos e não coçar feridas, machucados ou espinhas. O tratamento é com um derivado da penicilina, antibiótico comum em hospitais. No entanto, dada a rápida evolução e a dificuldade de diagnóstico, o perigo é alto.
Esse tipo de quadro normalmente é avassalador. Mesmo que o antibiótico seja aplicado, é grande a chance de chegar a óbito — afirma Stadnik.
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