Em tempos onde a inclusão é cada vez mais difundida e necessária para o convívio social, o Rotary Clube de Campo Mourão decidiu criar um clube satélite para rotarianos surdos. A iniciativa coloca Campo Mourão como a segunda cidade do mundo a ter um clube com essa característica. A primeira foi Pato Branco, também no Paraná.
O presidente do Rotary de Campo Mourão, Marcelo Chiroli, ressalta que o clube satélite para surdos começa com 15 integrantes. Duas reuniões já foram realizadas e a formalização do clube só está dependendo da aprovação do Rotary Internacional, que demora até 45 dias. “Os critérios são os mesmos, onde a pessoa tem que ser convidada e ter uma profissão”, explica Chirolli.
Ele explica que o clube satélite, vinculado a um clube de Rotary, é formado pelo mínimo de 8 e máximo de 20 membros. “O mais comum são iniciativas onde a comunidade ajuda pessoas com alguma deficiência. Neste caso, é um grupo de deficientes auditivos que faz questão de ajudar a comunidade ao mesmo tempo que também é ajudado”, comenta Chiroli.
O governador do Distrito 4630, Carlos Roberto Naves, destaca que a ideia surgiu em uma assembleia rotária. “Como definimos uma meta de criar clubes satélites, levamos o convite a Associação de Deficientes Auditivos, que foi muito bem aceita”, explica Naves. Ele acrescenta que o rotariano mourãoense João Barbosa, que tem dois filhos surdos, foi o responsável pela mobilização para criação do clube.
A primeira ação dos rotarianos surdos será uma contribuição em dinheiro para a Casa das Fraldas e também ajuda na confecção das fraldas. “É um passo muito importante onde essas pessoas, independente de uma limitação auditiva, querem participar de um clube, onde terão bônus e ônus”, enfatiza Chiroli, ao acrescentar que é mais uma oportunidade de inclusão que o Rotary está oferecendo. “Espero que outras iniciativas surjam em outros segmentos da sociedade”, reforça Chiroli.
Uma das integrantes do clube satélite é a auxiliar financeira Elaine dos Santos, que trabalha em um supermercado da cidade. “Quero muito agradecer todos os rotarianos por terem nos convidado a formar esse clube satélite e no futuro, quem sabe, possamos ter o nosso próprio Rotary. Eu acompanhava os trabalhos do Rotary na cidade e sempre tive muita vontade de participar e ajudar as pessoas. Quando recebi o convite fiquei muito feliz”, disse Elaine na linguagem de Libras.