Ele deixou um áudio gravado contando os motivos do tresloucado gesto
Um duplo homicídio barbado chocou o município de Guarulhos, onde o açougueiro Clayton Almeida de Jesus, de 34 anos, que matou a própria filha de 3 anos e a enteada de 8 anos, dentro de um apartamento em Guarulhos, na Grande São Paulo, foi preso na noite desta quarta-feira (15) em uma igreja evangélica localizada em Santos, no litoral paulista.
Clayton está preso no 1º DP de Guarulhos, enquanto aguarda a audiência de custódia, prevista para 10h desta quinta-feira (16). Após a audiência, o açougueiro deve ser encaminhado a um Centro de Detenção Provisória (CDP).
FRAUDOU ÁUDIO. Após matar Priscila Beatriz Tavares Almeida, de 3 anos, que é sua filha, e a enteada Edmilly Geovana Tavares, de 8 anos, o assassino gravou um áudio para os familiares. “O domingo foi um dia especial, o [dia] das mães. Mas no fim do dia ela confessou que me traia com o encarregado dela. Porém, eu não vou fazer nada com ela e nem com ele, mas eles vão se lembrar pelo resto da vida do que fizeram”. – disse o assassino.
De acordo com a polícia, Clayton, a esposa e o suposto amante eram funcionários de uma rede de supermercados e chegaram a trabalhar juntos. Segundo o delegado Wagner Coimbra, responsável pelo caso, o assassino queria se vingar da esposa.
FOI VINGANÇA. ‘Estou sentindo uma dor muito grande e quero que ela sinta também, como eu faço isso? Matando minha filha e enteada’”. Após o crime, Clayton pretendia fugir para o Rio de Janeiro, mas não tinha dinheiro. Ele então saqueou o cofre das meninas, que tinha por volta de R$ 70,00, e seguiu para o litoral paulista.
“Em um crime como esse, nós ficamos tentando entender o porquê. Por que, de uma hora para outra, a pessoa perdeu o seu juízo perfeito? Sendo que, até então, era uma pessoa que levava uma vida regrada, uma vida normal. Acho que essa é a maior incógnita”, diz o delegado. Segundo as investigações, o açougueiro queria também matar os filhos do suposto amante da esposa, mas, por não saber o endereço dele, não conseguiu realizar o plano.
A mãe das crianças e esposa de Clayton foi até o Setor do Homicídios da Delegacia Seccional de Guarulhos, que cuida do crime, mas não conseguiu prestar depoimento por estar muito abalada com a morte das duas filhas.
O pai de Edmilly, o auxiliar de aeroporto Elias Luiz da Silva, afirma que nos últimos tempos a filha não queria mais dormir na casa da mãe e do padrasto. “Teve um dia que ela me contou que ele [Clayton] deu uma chinelada nela por causa da outra filhinha dele, que fez as coisas erradas e ele descontou nela. Ela não queria, toda vez. ‘Não quero mais voltar para minha casa’”.