A Polícia Civil do Paraná (PCPR) já está executando o projeto de retirada de veículos apreendidos que estão em delegacias de polícia e em vias públicas. As primeiras cidades beneficiadas são Paranaguá, que teve 100% dos veículos nestas condições recolhidos pelo Estado, e Cascavel, onde cerca de 2 mil veículos estão sendo transferidos para um terreno anexo ao complexo da Ferroeste. A intenção é que, por meio de parcerias, várias cidades com o mesmo perfil também tenham veículos removidos.
Em Cascavel, no Oeste do Paraná, a remoção dos veículos sem impedimentos judiciais que estavam no pátio da 15ª Subdivisão Policial Civil ainda está em andamento com o apoio da Polícia Militar, do Município e do Exército Brasileiro.
O secretário estadual da Segurança Pública, Rômulo Marinho Soares, havia se comprometido em remover esses carros, que eram quase 2 mil, em sua última visita à cidade do Oeste, há cerca de um mês. “Não vamos mais fugir dessa demanda que é histórica e legítima. Com integração com outros órgãos, queremos que carros enchendo pátios de delegacias seja algo apenas na memória do paranaense. Estamos trabalhando diariamente para replicar o que estamos fazendo em Cascavel em várias outras cidades do Estado”.”
O delegado-geral da Polícia Civil do Paraná, Sílvio Rockembach, junto com o delegado-chefe da Divisão de Polícia do Interior (DPI), Lanevilton Theodoro Moreira, acompanhou parte da retirada dos automóveis. ““É um problema histórico e de saúde pública que decidimos combater com a ajuda de parcerias. Já conseguimos novos terrenos e queremos agilizar o leilão desses veículos””, destacou Rockembach.
O delegado-geral também falou sobre as tratativas com o Poder Judiciário para agilizar a retirada. ““Vamos ainda levar um tempo para atingir a meta, que é zerar essa demanda em todo Estado. O Poder Judiciário está colaborando e vai nos ajudar agilizando as autorizações para a realização de leilões desses veículos apreendidos”, explicou.”
LITORAL. Em Paranaguá, no Litoral do Estado, os trabalhos de remoção dos automóveis do pátio da 1ª Subdivisão Policial de Paranaguá e de ruas adjacentes durou 28 horas e envolveu cinco empresas, 23 pessoas, quatro caminhões e uma empilhadeira. De acordo com o delegado-chefe da Divisão de Polícia do Interior, Lanevilton Theodoro Moreira, foram removidos 57 veículos, 302 motocicletas e quatro carretas – algumas motos foram apreendidas há 17 anos”. Os veículos foram enviados para um terreno do Estado com condições estruturais e de segurança.
PRIORIDADE. Segundo o delegado Lanevilton, já foram feitos diagnósticos sobre a situação dos pátios de delegacias de todo Paraná e agora estão sendo estabelecidas as cidades prioritárias. ““Nessa etapa inicial a prioridade será retirar os veículos de cidades em que as vias públicas também estejam sendo comprometidas, ou que utilizem espaços alugados para manter os automóveis. A ideia é resolver a situação sempre com o uso de imóveis do próprio Estado, ou com parcerias que não onerem o Executivo, como já vem sendo feito””.
Segundo dados da PCPR, em todo Paraná, existem em torno de 30 mil carros em pátios de delegacias e imóveis alugados. Destes, aproximadamente 24 mil estão no Interior do Estado. Segundo o coordenador da Divisão de Infraestrutura da Polícia Civil, delegado Gil Rocha, hoje há 32 pátios alugados para alocar veículos apreendidos.
““Está em andamento a identificação documental de todos esses veículos, uma qualificação física realizada em parceria com o Detran e que pretende definir se os automóveis são servíveis ou inservíveis, ou seja, se podem rodar ou são sucata”, disse o coordenador de Infraestrutura. “Uma nova etapa será a parceria com o Poder Judiciário para destinar esses bens, provavelmente através de leilão””. A estimativa é que 90% desse carros e motos serão classificados como sucata.