Dois advogados foram presos, na manhã de terça-feira, 27, suspeitos de ajuizar ações contra empresas de energia elétrica, água e telefonia. Além de mandados de prisão, a Polícia Civil também cumpre mandados de busca e apreensão e de sequestro de bens, em Altônia.
As investigações apontam que os suspeitos moviam ações indenizatórias fraudulentas contra a Companhia Paranaense de Energia Elétrica (Copel), a Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) e a Tim Paraná.
De mais de 3,8 mil processos ativos, sobrestados (suspensos) e arquivados contra essas empresas, ajuizados no município, 95% foram ajuizados pelos suspeitos, de acordo com a Polícia.
Uma auxiliar de escritório, que trabalha com os advogados, também está sendo investigada.
Ainda segundo a Polícia Civil, cerca de 35 pessoas, que são partes nas ações judiciais, devem ser ouvidas nesta terça. O objetivo da investigação é verificar se elas tinham participação nos crimes investigados ou se os dados deles foram usados sem conhecimento.
As ordens judiciais devem ser cumpridas em endereços relacionados aos alvos no Centro da cidade e no Jardim Alphaville.
VEREADOR. O vereador Alexandre José dos Santos (PSB) de Altônia, foi preso na manhã desta quarta-feira, 28, suspeito de envolvimento com fraudes em processos judiciais contra empresas de energia elétrica, água e telefonia.
De acordo com a polícia, o advogado do vereador está viajando e deve chegar na cidade a tarde. Por isso, o parlamentar só deve ser interrogado quando estiver acompanhado da defesa.
A defesa dos advogados investigados disse que não teve acesso ao processo e, por isso, não vai se manifestar.
Todas as 20 testemunhas ouvidas na terça afirmaram que foram procuradas por Santos, para entrar com ações contra as empresas, alegando que seria possível ganhar dinheiro com o processo.
A suspeita é de que ele recrutava as pessoas enquanto era Conselheiro Tutelar do município, antes de assumir o cargo de vereador, em 2017, segundo o delegado Leandro Farnese Teixeira, responsável pelas investigações.
O que dizem as empresas. Por meio de nota, a TIM disse que repudia qualquer atividade fraudulenta e que vai auxiliar nas investigações e no combate a novas fraudes.
A Copel disse que a área jurídica da empresa colaborou nas investigações, fornecendo informações à Polícia Civil. A companhia acrescentou que segue acompanhando e à disposição para ajudar no esclarecimento dos fatos.
A Sanepar não teve acesso as informações da operação. (G1)