Um falso médico foi flagrado atendendo pacientes em uma unidade de saúde de Atalaia, que fica a 60 quilômetros de Maringá, no norte do Paraná, na terça-feira, 8.
A fraude foi descoberta porque o suposto profissional teve dificuldade para atender um paciente que estava em parada cardíaca. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) precisou ser chamado para atender de forma adequada o paciente.
O caso foi denunciado à Secretaria Municipal de Saúde que descobriu que o homem estava trabalhando com o registro do Conselho Regional de Medicina de um outro médico de União da Vitória, que fica no sul do estado.
O homem trabalhava em Atalaia há dois meses e atendia com o nome de Lizandro Traesel. O CRM está no nome do médico Lisandro Traesel, que tem mais de 20 anos de formado.
Indicação de um colega. Antes de atuar em Atalaia, o falso médico já tinha trabalhado em outras cidades sem nunca levantar suspeita. O doutor Lizandro, como era conhecido, cumpria escalas de plantão no hospital de Atalaia e em uma unidade de saúde desde junho.
A RPC não conseguiu localizar o doutor Lizandro, o celular estava desligado.
Ele começou a trabalhar em Atalaia após ser indicado por outro colega.
“Conheci ele há três anos em um dos meus primeiros empregos. Quando comecei a trabalhar neste local, ele já atuava nesse município. Nunca imaginei ou desconfiei que ele estava usando a identidade de outro profissional”, diz o médico Luiz Gustavo Guilherme.
O falso médico foi contratado pela prefeitura como pessoa jurídica, mas não tinha empresa registrada para receber o salário. Luiz Gustavo Guilherme diz que chegou a emitir notas fiscais para que ele recebesse da prefeitura.
“Cada médico recebe como pessoa jurídica, tem sua empresa, tudo correto. Ele fez alguns plantões e a nossa empresa acabou emitindo nota pra ele, que é uma coisa comum entre os médicos”, explicou.
Formado na Bolívia. Quando descobriu o problema, a secretária de Saúde Cristiane Oliveira chamou o funcionário para dar explicações. Ele disse que fez medicina na Bolívia, mas não conseguiu revalidar o diploma e, por isso, usava o CRM de outro médico.
Depois disso, segundo a secretária, ele saiu apressado da unidade, entrou no carro e desapareceu.
Cristiane Oliveira afirma que no momento que foi cadastrá-lo como prestador de serviço, o homem entregou cópias do diploma e do registro do Conselho Regional de Medicina. Mas, ele pediu para não incluir o nome dele no sistema de saúde. (RPC)