O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, afirmou que os médicos estão liberados a prescrever cloroquina e hidroxicloroquina no tratamento ao coronavírus (Covid-19). Ele revelou que o tema está ‘aquecido’ e resulta em ‘muita cobrança’ e que ainda espera resultados de testes clínicos para oficializar recomendação nacional pela pasta, mas disse que os profissionais podem assumir a responsabilidade se informarem aos pacientes sobre os riscos.
Em coletiva de imprensa na tarde desta terça-feira, Mandetta detalhou os estudos com medicamentos que podem auxiliar no combate ao vírus no Brasil e revelou que espera resultados de alguns trabalhos já a partir de 20 de abril. No momento, o país tem nove ensaios clínicos, em 100 centros de pesquisa, com cinco mil pacientes em quadro leve, moderado os grave da doença.
“Vamos fazer um parêntese específico sobre cloroquina e hidroxicloroquina. Já liberamos tantos para os pacientes críticos, que são aqueles dentro de CTI’s, já liberamos para qualquer paciente interno em hospitais, sejam aqueles moderados, o medicamento já é dispensado, entregue e tem protocolo. Estamos analisando, agora, na forma anterior ao leves, que é onde pode haver algum tipo de ‘senão’”, adiantou o ministro.
Mandetta ressaltou que o ministério ainda não garante a prescrição de cloroquina e hidroxicloroquina a pacientes leves ou assintomáticos da doença, mas que, caso o médico interprete que possa ser válido a receita, estaria liberado mediante responsabilidade sobre a decisão.
“No momento, o que a gente faz é disponibilizar para aqueles pacientes de gravidade média e avançada. A prescrição médica, o CRM, a caneta está na mão deles. Se quiser comunicar ao paciente dele, ‘olha, não tenho nenhuma evidência, acho que poderia usar esse medicamento, com tal e tal risco, podemos ter isso, e se responsabilizar individualmente, não tem óbice nenhum e ninguém vai reter receita de ninguém”, comentou.
“Agora para que nós possamos, no ministério da saúde, assinar que o ministério recomenda que se tome essa medida, logo nós precisamos de um pouco mais de tempo para saber se isso pode se configurar numa coisa boa ou se pode ter algum efeito colateral. Não é questão de gostar de A, B ou C. É simplesmente analisar com um pouco mais de luz”, complementou o ministro. (Estado de Minas)