Uma professora de 43 anos foi indiciada pela Polícia Civil do Paraná como coautora do crime de estupro de vulnerável, ocorrido em novembro de 2018, em Pato Branco, sudoeste do Paraná. Segundo as investigações, durante a aula da professora, para uma turma do 6° ano do ensino fundamental, uma menina de 12 anos praticou sexo oral em dois colegas da mesma idade. A adolescente disse que foi coagida pelos dois a assim agir, ato que ocorreu durante a exibição de um filme.
A aluna contou ainda, que após o término da referida aula, foi levada pelos dois colegas para um matagal nos fundos da escola, onde foi constrangida, mediante grave ameaça, a com eles manter conjunção carnal.
Alunos da turma foram ouvidos e confirmaram o fato, sendo que dois deles disseram ter avisado a professora sobre o que ocorria no fundo da sala, mas, ainda assim, ela continuou mexendo em seu notebook e não deu importância.
Uma colaboradora da escola também informou que, ao passar pela porta da sala de aula, ouviu muita algazarra e entrou porque imaginou que a professora estava ausente. Após chamar a atenção dos alunos, foi avisada por um deles que a professora estava em sala e, somente então, a viu atrás de um armário, “concentrada em seu notebook”. Contou que neste momento se desculpou pela intervenção, ao que a professora respondeu: “Eu já nem me estresso mais, não adianta”, e voltou-se para o notebook.
Segundo a polícia, mesmo alertada sobre o ato sexual que ocorria, além de nada fazer para impedir, a professora deixou de comunicar o fato a direção, que somente soube do que teria ocorrido no dia seguinte, após uma das alunas da sala contar para uma colaboradora da escola.
“Na posição de garantidora, pela obrigação legal de cuidado, proteção ou vigilância, a professora tinha o dever de agir para evitar o resultado e de tomar as providências decorrentes do abuso ocorrido em sua sala, mas não o fez, mesmo dispondo de condições para tanto”, argumentou a polícia no indiciamento.
Ouvida, a professora alegou ter permanecido, durante todo o tempo, em contato visual com os alunos, afirmando não entender como os fatos ocorreram. Ela ainda negou ter sido alertada sobre o que estava acontecendo no fundo da sala.
Os dois adolescentes foram reconhecidos como autores do ato infracional equivalente ao delito de estupro de vulnerável.
Já a professora foi indiciada como coautora do crime de estupro de vulnerável, que prevê pena de reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos. (Catve)