A Polícia Federal (PF) deflagrou na manhã desta terça-feira (4) a Operação Postal Off II, segunda fase de operação desencadeada em setembro de 2019 com a finalidade de desarticular organização criminosa que subfaturava valores devidos à Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (EBCT), além de desviar para si grandes clientes no seguimento de postagem de cartas comerciais.
Dados obtidos durante a investigação indicam que a organização criminosa causou um prejuízo ao patrimônio público estimado em R$ 94 milhões.
Foram cumpridos 12 mandados de busca e apreensão em São Paulo, capital, Praia Grande e São Vicente, no litoral paulista, e na cidade do Rio de Janeiro, em residências de investigados e sedes dos Correios.
A PF encontrou indícios da participação de um empresário, titular de agências franqueadas dos Correios, e de sete funcionários que atuavam auxiliando nas postagens ilegais e subsidiando interesses empresariais do grupo criminoso.
Os investigados foram indiciados, conforme suas participações, em crimes como corrupção ativa e passiva, estelionato, entre outros.
A Justiça também determinou o afastamento de funcionários dos Correios de suas funções e medidas cautelares como o compromisso de comparecimento a todos os atos do inquérito policial e de eventual processo criminal, sob pena de decretação de prisão.
A investigação, iniciada em novembro de 2018 em Santa Catarina, em razão do primeiro indício de crime encontrado, evidenciou forte atuação do grupo nos Estados de São Paulo e Rio de Janeiro, o qual contava com a participação ativa de funcionários dos Correios, fazendo com que grandes cargas de seus clientes fossem distribuídas no fluxo postal sem faturamento ou com faturamento muito inferior ao devido.
Nesta fase da operação, foram identificados indícios de participação de um empresário titular de agências franqueadas dos Correios e de sete funcionários dessa empresa pública, que atuavam auxiliando nas postagens ilegais e subsidiando interesses empresariais do grupo criminoso
Parte dos valores desviados foi recuperada na primeira fase da operação, com o bloqueio de bens dos investigados em valor aproximado de R$ 55 milhões, entre os quais carros de luxo, um iate, um avião, imóveis de alto padrão e contas bancárias com altos valores em depósito.