Apesar das dificuldades em meio à pandemia, o Paraná se mantém líder em doações e transplantes de órgãos no Brasil neste primeiro semestre. Os dados da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO) mostram que o Estado atingiu a marca de 44,1 doações de órgãos efetivas por milhão de população (pmp), ficando à frente dos demais estados brasileiros e muito acima da média nacional, que fechou em 15,8 pmp.
“O trabalho eficiente e estruturado do Sistema Estadual de Transplantes (SET/PR) se manteve mesmo em meio ao enfrentamento da pandemia. Nos últimos anos o Paraná tem se mantido na liderança, e muito mais que um número, isso representa que o Estado tem mantido o compromisso com as famílias paranaenses de continuar salvando vidas”, afirmou o secretário de Estado da Saúde, Beto Preto. Segundo ele, os potenciais doadores estão sendo testados para garantir a segurança de todos. “No Paraná todos os potenciais doadores de órgãos estão sendo testados para Covid-19. Isso garante segurança aos receptores e também dá tranquilidade aos profissionais de saúde”, disse.
DADOS – De janeiro a junho de 2020, o Paraná registrou 558 notificações de potenciais doadores e 252 doações efetivas, que corresponderam a 385 transplantes de órgãos.
Além da liderança em doações, o Estado se mantém no topo da lista em transplantes renais e em segundo lugar em transplantes de fígado, com uma média de 45,7 e 19,2 pmp, respectivamente.
Os dados também mostram que o Estado teve queda das recusas familiares em doar os órgãos, nestes seis meses. Apenas 23% das famílias se recusaram a doação de órgãos, sendo este o índice o mais baixo já registrado na história do SET/PR.
“A queda na recusa dos familiares demonstra que a população paranaense tem se mostrado ainda mais solidária e consciente da importância da doação de órgãos”, disse a coordenadora do Sistema, Arlene Terezinha Cagol Garcia Badoch.
ENTREVISTA FAMILIAR – No Brasil, as doações só ocorrem após o diagnóstico da morte encefálica e precisam ser autorizadas pela família do doador, mesmo que o paciente tenha registrado em vida o desejo de doar. Todas as famílias dos potenciais doadores passam por uma conversa com as equipes de saúde para esclarecer as dúvidas e receberem orientações.
“Estes números expressivos de doações e transplantes também são reflexo da capacitação contínua dos profissionais que atuam no processo de doação. O esclarecimento das etapas do diagnóstico de morte encefálica e o acolhimento e apoio às famílias que perdem seus entes queridos são essenciais para que a doação seja efetivada e beneficie os que aguardam na fila”, acrescentou a coordenadora.
APOIO AÉREO – Doadores que estejam até 200 quilômetros de distância do receptor, o SET/PR faz o transporte dos órgãos e/ou tecidos por via terrestre. Além desta distância, é solicitado apoio aéreo para agilizar o procedimento. O Paraná conta com a ajuda da frota de aeronaves do Governo do Estado, que é formada por quatro aviões e um helicóptero.
De janeiro a junho deste ano foram 51 missões de apoio, para a captação de pelo menos 135 órgãos, perfazendo 59 horas de voo. O SET/PR também conta com a ajuda da frota de aeronaves do Governo do Estado, Divisão de Transporte Aéreo da Casa Militar, Grupo de Operações Aéreas da Polícia Civil do Paraná (GOA/PCPR), Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e Batalhão de Polícia Militar de Operações Aéreas (BPMOA).
EQUIPE – A Central Estadual de Transplantes, mantida pelo Governo do Estado, está localizada em Curitiba, mas há quatro Organizações de Procura de Órgãos (OPOs), na Capital, Londrina, Maringá e Cascavel.
Estes centros trabalham na orientação e capacitação das equipes distribuídas em 67 hospitais do Paraná, que mantêm Comissões Intra-Hospitalares de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT).
São cerca de 700 profissionais envolvidos, entre eles 23 equipes de transplante de órgãos, 25 centros transplantadores de córneas e três bancos de córneas em atividade – Londrina, Maringá e Cascavel.