A proposta do vereador José Cláudio do Prado de reduzir drasticamente os salários dos políticos de Janiópolis a partir da próxima gestão encontrou resistência na Câmara. Na sessão de segunda-feira (10), o vereador Pedro Floriano dos Santos apresentou uma emenda para manter os salários nos mesmos valores atuais. O projeto de lei que fixa os salários do prefeito, vice, vereadores e secretários para a próxima gestão deverá ser votado ainda neste mês de agosto.
A ideia de reduzir os salários já havia sido aprovada Comissão Permanente de Administração Pública da Câmara. Também passou pela comissão a proposta de reduzir em 50 por cento os valores das diárias pagas atualmente para viagens. Pela proposta, os cortes mais drásticos seriam nos salários do prefeito (que cairia de R$ 18,4 mil para R$ 9 mil) e do vice (de R$ 4,5 mil para R$ 1,5 mil).
Já os vereadores teriam os salários reduzidos de R$ 4,5 mil para R$ 3 mil, mesmo valor proposto para os secretários municipais. O vereador que propôs a emenda, porém, alega que a proposta do colega é demagógica. “Ele está no quinto mandato e nunca quis reduzir salário. Agora que ficou sozinho no partido quer se vingar”, critica o popular “Pedrão”.
Para justificar a manutenção dos salários, ele argumenta que a redução prejudicaria a gestão do município na prestação de outros serviços públicos na cidade, já que pela lei nenhum servidor pode ganhar mais que o prefeito. “Qual médico vai querer trabalhar por R$ 9 mil? Que secretário de Saúde vai aceitar um salário de R$ 3 mil?”, questiona
Na defesa da redução dos salários, o vereador José Cládio, popular “Pé de Boi”, cita a economia de recursos público estimado em R$ 3,1 milhões. “E é preciso estancar também as diárias, senão muitos vão querer fazer uso delas para aumentar o salário”, justifica “Pé de Boi”, que é o presidente da Comissão de Finanças e Orçamento da Câmara.
Para justificar a proposta, ele diz que pesquisou os salários dos políticos da região. “Janiópolis está meio fora da realidade em termos de salários para a classe política. Acho que exageramos na dose aqui quando aumentamos em anos anteriores, mas nunca é tarde para corrigir”, argumenta, ao admitir que já defendeu aumento de salários no passado
O vereador levou em conta ainda os salários que são pagos à iniciativa privada e a técnicos do setor público. “Há 20 anos um agrônomo ganhava muito bem. Hoje temos centenas de pessoas qualificadas, com curso superior, que estão desempregadas ou sujeitando-se a receber baixos salários”, compara. (Valdir Bonete/Tribuna do Interior)