A dona de casa Marisa Dulcinéia dos Santos, de 41 anos, foi condenada a 16 anos de reclusão pela morte de sua vizinha Magali Rodrigues Dias, então com 26 anos e o filho desta, de apenas cinco anos de idade.
MEDIDA DE SEGURANÇA. Entretanto, o juiz do tribunal do júri Leonardo Marcelo Mounic Lago substituiu a pena restritiva de liberdade por medida de segurança com prazo mínimo de dois anos. Com isso, a ré volta para o Complexo Médico Penal em Curitiba, onde já estava recolhida desde a época do crime. Pela decisão ela anualmente deverá passar por avaliação psiquiátrica que irá verificar se tem condições de viver em sociedade novamente.
INCAPACIDADE A decisão foi embasada em laudo médico que constatou que a ré tem personalidade explosiva e agressiva com momentos de lucidez e que padece de doença mental, após o corpo de jurados reconhecer que Marisa dos Santos é relativamente incapaz para entender a ilicitude de sua ação.
SEM RECURSOS Tanto a defesa da ré como a acusação se disseram satisfeitos com a decisão e não devem apresentar recurso. “Hoje ela confessou novamente os crimes, mas um exame de sanidade reconheceu que ela não apresenta condições de viver em sociedade e a medida de segurança não é uma pena, é um internamento que será reavaliado a cada ano”, afirmou o promotor de justiça Marcos de Souza.
O advogado de defesa Johnny William da Silva também afirmou que a aplicação da medida de segurança ficou dentro da expectativa da defesa para o caso e que a princípio não deve recorrer.
PANDEMIA A sentença foi proferida por volta das 17h30 desta sexta-feira (18) após mais de sete horas de julgamento. Essa foi a primeira sessão do tribunal do júri após o início da pandemia do covid19. Com isso, o Ministério Público ocupou a bancada tradicionalmente pertencente a defesa e os advogados de defesa e a ré ficaram no local dos jurados e estes ocuparam a primeira fileira da plateia.
O CRIME Marisa dos Santos matou com golpes de faca a sua vizinha e o filho desta, um menino de apenas 5 anos de idade, na tarde do dia 19 de setembro de 2017, em uma fazenda, no distrito de Cedro, em Perobal. No dia do crime ela chegou a simular um assalto para tentar encobrir a sua participação, mas acabou confessando que matou mãe e filho, mas que o alvo era o esposo da vítima, que constantemente realizava brincadeiras que ela considerava ofensivas com o seu marido.
Segundo o apurado pela polícia, Marisa dos Santos teria comprado e amolado a faca de cozinha e usado luvas cirúrgicas para não deixar impressões digitais na cena do crime. Ela foi presa na mesma tarde (Ilustrado).