“Embora neste mês aconteça tradicionalmente a campanha Setembro Amarelo, que trata especificamente da conscientização sobre a prevenção ao suicídio, é necessário falar e chamar a atenção para o assunto o tempo todo. O ano todo”. O alerta é feito pela coordenadora do curso de Psicologia da Faculdade Unicampo, de Campo Mourão, a professora Especialista Drielle Sanches.
Segundo o Centro de Valorização da Vida (CVV), o Brasil perde 32 pessoas por dia por suicídio. Ou seja, 11.680 pessoas por ano, somente no país. Um contingente de pessoas superior à população de boa parte dos municípios brasileiros. Mas é bom ressaltar que essa situação não aflige apenas o Brasil e, em âmbito mundial, os números revelam o quanto é preocupante a questão.
Drielle Sanches salienta que o suicídio pode atingir todas as classes sociais e etnias “Afinal, todos sofrem”, explica. Ela acrescenta ainda: “Como todos os temas tabus da nossa sociedade, a educação é a melhor maneira de se prevenir. Falar sobre suicídio com responsabilidade e conhecimento, em consonância com às recomendações das autoridades de saúde” é fundamental para a prevenção”, orienta a coordenadora do curso de Psicologia da Faculdade Unicampo.
MITOS. Outro ponto apontado pela psicóloga e docente é a questão dos mitos em torno do suicídio. Um deles, segundo a profissional, é que “quem quer se matar, não avisa!”. Mas ela discorda e afirma que avisa sim. “Quem quer se matar dá sinais sim e, muitas vezes, pede ajuda”, acentua.
“Pessoas que falam em suicídio só querem chamar atenção” é outro mito citado por Drielle Sanches. Ela orienta: “nunca devemos categorizar dessa forma. É preciso dar atenção e entender os motivos dessa demanda”.
O terceiro mito enumerado pela psicóloga é de que falar sobre suicídio incentiva a pessoa a cometê-lo. “Escutar a pessoa, ouvi-la na sua dor é uma maneira inclusive de encaminha-la para os atendimentos necessários”, destaca. Ela observa ainda que “Muitas vezes a pessoa que pensa em suicídio quer matar a dor e não a vida. Entendendo isso, conseguimos encaminha-las para serviços especializados que a ajudarão a lidar com a dor, sem perder a vida”.
SINAIS. Segundo Drielle Sanches, existem alguns sinais que podem indicar necessidade de ajuda. Como exemplos ela cita o isolamento, mudanças de hábitos significativas, apatia e desinteresse por atividades de que gostava, desleixo com a própria aparência e com suas coisas, declínio no desempenho escolar ou no trabalho e alterações no sono e no apetite, além de frases como “preferia estar morto”, “quero sumir” e “queria que tudo desaparecesse”.
A psicóloga enfatiza que, nesses casos, é necessária a busca de ajuda profissional.
Informa ainda que o Município de Campo Mourão conta com rede de apoio nesses casos, como o Centro de Atenção Psicossocial (CAPs) e o Ambulatório de Saúde Mental, que possui profissionais capacitados para as demandas de sofrimento psíquico. Lembrando também que a Faculdade Unicampo possui a Unidade de Serviço Escola – a Uniclínica, que oferece atendimento psicológico gratuito realizado pelos estudantes dos últimos períodos do curso psicologia, supervisionado por psicólogas(os). A cidade conta ainda com várias clínicas particulares
O curso de Psicologia da Faculdade Unicampo, um dos mais tradicionais da instituição, vem desenvolvendo várias ações neste Setembro Amarelo. 10 de setembro é o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio. (Ta Sabendo)