O padrasto da menina de 5 anos espancada até a morte dentro de casa, em Cidade Nova da Serra, teve a prisão em flagrante convertida pela Justiça em preventiva, quando não há tempo definido. O principal suspeito do crime vai aguardar o julgamento preso.
Na manhã desta terça-feira (20), a mãe da criança esteve no Departamento Médico Legal de Vitória para liberar o corpo da filha. Abalada, a jovem, de 23 anos, contou com o amparo de amigos e familiares.
Segundo a Polícia Civil, durante os procedimentos médicos na unidade, os profissionais encontraram vários hematomas na cabeça, na barriga e nas mãos da criança. O corpo da menina foi enterrado na tarde desta terça-feira (20).
Em depoimento, a mãe contou que saiu de casa para ir até uma autoescola e deixou a menina aos cuidados do companheiro.
De acordo com a polícia, o homem é principal suspeito do crime e foi ele a última pessoa a ter contato com a criança. Após o ocorrido, o suspeito foi levado para a Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa de Vitória, onde prestou depoimento.
O homem é aposentado por invalidez por ter perdido uma mão durante um acidente de trabalho. O padrasto foi autuado por homicídio qualificado por motivo fútil com impossibilidade de defesa da vítima.
“A gente não via ameaça”, diz familiar de criança que morreu vítima de espancamento na Serra
Ainda consternados e abalados com a perda da pequena Aghata Vitória Santos Godinho, de cinco anos, que foi espancada até a morte na tarde da última segunda-feira (19), familiares não conseguiram retornar para a própria casa. A menina morava com a mãe, o irmão e o padrasto, que é o principal suspeito de ter cometido o crime, numa residência do bairro Cidade Nova, na Serra.
Em conversa com a reportagem da TV Vitória / Record TV, um familiar da menina, que preferiu não se identificar contou que na casa onde a família morava agora não tem ninguém. A mãe da criança, de 23 anos, não consegue voltar para o local onde tudo aconteceu. Ela está amparada na casa de irmãos.
Segundo o relato do familiar, Elisnay Borges Eloy, o padrasto da criança, era amado pela garotinha, que carinhosamente o chamava de ‘Nanay’, e ninguém nunca suspeitou de que ele representasse perigo. No dia do crime, a menina teria ido até o bar da avó para comprar salgadinhos e estava feliz, pois quem deu o dinheiro havia sido o padrasto.
O familiar disse ainda que a mãe de Aghata e o companheiro começaram a namorar e logo resolveram morar juntos. E que o homem nunca apresentou um comportamento agressivo, pelo contrário. O familiar conta que Aghata amava o padrasto e ele sempre a levava para um de seus passeios preferidos: ir a praia.
“A gente nunca pensava que ele ia fazer isso aí, ele levava ela pra praia, eles mostravam ser um casal muito feliz. A gente não via ameaça nenhuma. Se a gente visse, nossa senhora, a gente faria alguma coisa, ninguém iria aceitar isso aí não. Todo mundo falava que ele era gente boa. Todo mundo falava, ‘agora ela achou alguém gente boa'”, relatou.
Ainda segundo o relato, o susto foi tão grande que o pai do suspeito, quando soube o que o filho havia feito, passou mal e morreu.
“A família dele não tem culpa né, nem um pai não sabe que cria um monstro dentro de casa. Se o pai soubesse que o filho era um monstro… tanto que ele até morreu, coitado”, disse.
Elisnay Borges Eloy tem 35 anos e foi preso em flagrante na última terça-feira (20). Ele foi levado para o Centro de Triagem de Viana e lá teve a prisão convertida em preventiva pela Justiça, após uma audiência de custódia.
A reportagem da TV Vitória / Record TV tentou contato com o pai biológico da menina, mas não obteve retorno. Segundo a família, muito abalado, o homem passou mal e não conseguiu acompanhar o enterro da filha. (Folha Vitória)