Novamente uma postagem do face me inspira para minhas colunas…
Desta vez, chamou-me a atenção uma matéria que depois achei no G1, publicada em agosto do ano passado, do Alexandre Garcia, cujo título era Por que não igualar o salário dos professores ao dos vereadores?
Disse ele: “Se eu puder fazer uma sugestão, eu sugeriria – já que professor é a mais nobre das profissões, é quem alfabetiza, ensina a pensar, desperta a curiosidade, leva conhecimento, prepara para a vida futuros vereadores, deputados: Por que não igualar o salário dos professores ao dos vereadores ou deputados? Ou melhor ainda, por que não igualar o salário dos vereadores ao dos professores? – o que seria valorizar os vereadores”.
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Ele cita Jacarezinho, aqui no Paraná, onde um vereador ganha o equivalente aos salários de dez professores municipais. E pergunta, apropriadamente: “Será que um vereador diante disso pode falar em justiça social?”
O mais estarrecedor é a tal “verba de gabinete” que, segundo ele, na Câmara de São Paulo chega a R$ 130 mil por mês, por vereador. E completa afirmando que “70% dos assalariados brasileiros precisariam trabalhar 20 anos para pagar imposto suficiente para sustentar o gabinete de um vereador de São Paulo por um mês”.
Geeeeente! Este assunto de hoje complementa o da semana passada, quando perguntei se algum vereador toparia trabalhar só por ideal… (até agora recebi só uma resposta afirmativa de uma candidata… Pelo menos uma, né? rsrsrs!)
Como se sabe, vereador é servidor do seu povo, para representar o eleitor e fiscalizar o prefeito. Vereador é mandatário, o mandante é o eleitor e contribuinte. Mas muitas vezes eles (ambas as partes) parecem esquecer-se disso…
Além desse salário que afronta os professores, os vereadores ainda têm imunidade parlamentar, ou seja, não podem sofrer ameaça judicial em decorrência de suas opiniões, palavras e votos no exercício de seu mandato. Enquanto isso… os professores não têm sequer “imunidade física”, uma vez que sofrem frequentemente agressões nas escolas.
Outra coisa interessante… o vereador pode tirar licença (remunerada ou não), entre outras coisas, para tratar de assuntos particulares e para assumir cargo municipal de confiança. Ouse um professor sair para “tratar de assuntos particulares”! (Lembro-me de uma polêmica que deu aqui na cidade certa vez em que uma professora pediu licença para fazer uma cirurgia estética… Vicheee!! Deu ‘aquele ba-fá-fá”!). Eu mesma, para poder exercer a função de Secretária de Cultura do município, tive que quase enfrentar um processo porque, ao pesquisar se haveria a possibilidade de deixar-me à disposição do município sem ônus para o Estado, me foi dito que isso só seria possível se meu destino fosse a Secretaria Municipal de Educação – e não a de Cultura. (Ou seja: se a pasta se chamasse “Educação e Cultura”, poderia. Nunca entendi esse raciocínio torto…). Como apenas me disseram que eu seria exonerada caso não voltasse às aulas, e nada me esclareceram sobre possibilidade de enfrentar processo, fui denunciada como tendo abandonado o cargo, e a coisa só não aconteceu porque, como era um padrão novo e eu não pretendia ficar mais “uma vida” dando aulas, optei por apresentar meu pedido de demissão, encerrando o tal processo por perda de objeto. Como se vê, não tive o mesmo privilégio de um vereador…
Não sei como “rola” a coisa aqui em Goioerê… mas há Câmaras que facultam aos seus edis uma quantidade “x” de combustível… 14º e 15º salários e ainda podem indicar assessores. (já calcularam quanto eu gastava para ir diariamente, duas a três vezes por dia (muito mais, nos eventos), só da minha casa ao PREMEN II? Nunca recebi um litrozinho sequer de gasolina… Isso para citar só o meu caso!)
Enfim…
Outras perguntas que o Alexandre Garcia faz, e que eu reitero aqui, adaptando à nossa realidade, são: “será que as urnas do ano que vem vão conseguir filtrar, separar os bons dos ruins? E, principalmente, será que os partidos vão oferecer candidatos em que a gente possa votar sem erro?”
O que vocês acham? Ainda não vi a lista dos candidatos… mas não duvido de que haja vários que nem sequer cursaram a primeira etapa do antigo “primário” (ou será que as exigências já mudaram?). Pelo jeito, não… pelo menos, achei isto em uma página do TSE:
“São condições de elegibilidade, na forma da lei:
I – a nacionalidade brasileira;
II – o pleno exercício dos direitos políticos;
III – o alistamento eleitoral;
IV – o domicílio eleitoral na circunscrição;
V – a filiação partidária;
VI – a idade mínima de:
a) trinta e cinco anos para presidente e vice-presidente da República e senador;
b) trinta anos para governador e vice-governador de estado e do Distrito Federal;
c) vinte e um anos para deputado federal, deputado estadual ou distrital, prefeito, vice-prefeito e juiz de paz;
d) dezoito anos para vereador.”
Tem feito seus exames direitinho?
E seu colesterol, como está? Olhe lá, hein?
É bom seguir essa dica do nosso Dr. Eduardo!
Como se vê… nem se toca no assunto de grau de instrução…
E aí vem a pergunta que não quer calar: como pode um vereador ganhar tão a mais que um professor? Como vimos na coluna passada, aqui eles ganham R$ 5.023,27, enquanto um professor municipal iniciante recebe R$ 2.135,64… Onde está a justiça disso?
Bom… o título da coluna de hoje já diz tudo, mas… já que estamos falando em termos municipais… quem sabe a “turma da gestão vindoura” não olha para este assunto com carinho?
Quem sabe algum dos candidatos a Prefeito não inclui em suas metas ao menos a mudança do salário dos professores, já que a dos vereadores, ao que parece, não depende só deles? (ou sim… São eles que aprovam, não é?)
Utopia?
Quem sabe? “Sonhar é preciso”… rsrsrs!
http://www.tse.jus.br/eleitor/glossario/termos/elegibilidade
http://deolho.nossascidades.org/vereador