Era uma vez…
Isso! Isso mesmo. Vou de novo dizer o que penso através de uma “historinha”…
Era uma vez aquele mesmo reino do interior do Paracá, do país Plazil, chamado “Ioioelê”, do qual já falei uma ou duas vezes…
Se bem se lembram, nele havia as “Chefaturas”, comandadas pelos “Perfeitos”, e eram divididas em vários setores chamados “Alegorias” e, dentro de cada uma, os “Ciumentos”, que eram as suas subsessões. Os que comandavam cada “Alegoria” eram denominados “Sectários”.
E, como também devem se lembrar, dentre as várias “Alegorias”, havia a chamada “Alegoria das Artes”. Dependendo de quem fosse indicado para ela como “Sectário”… ela funcionava ou não (era preciso muito amor, dedicação e, sobretudo, vocação). Em determinada fase passada, fazia um bom tempo que ela era uma monotonia só…
Foi bem assim:
… ou seja: reto… sobe…desce…reto….sobe…desce…
Esclarecendo: a Alegoria das Artes assim vivia: se um Perfeito gostasse e entendesse delas (das Artes), colocava um Sectário que fazia as “coisas” subirem – acontecerem. Se não estivesse “nem aí”… colocava um “tapa-buracos” – e ela descia… “caía de boca” no chão da monotonia. A cidade morria de tédio… os vândalos atacavam nas noites de reveillon. E assim por diante.
Em determinada fase passada, fazia um bom tempo que ela era uma monotonia só…
Como todos (os interessados) viram (e ouviram, e se divertiram, e amaram!), um dia chegou naquela Alegoria um bichinho que amava, dedicava-se e, sobretudo, tinha vocação para a “coisa”… Desde sempre, desde criança, já aparecia seu pendor para as Artes e muito contribuiu para elas naquele reino de Ioioelê, mesmo antes de ter sido convidado para algum cargo da área. Assim que assumiu a Alegoria, rodeou-se de bichos que pensavam e sentiam como ele… E aquela “mesmice”, de repente, foi se transformando numa avalanche de apresentações, shows, projetos para os bairros, para a floresta toda, tanta coisa!
Foram três anos e meio de um sem fim de projetos… ações que envolviam todas as áreas do reino, beneficiando desde (e principalmente) os mais humildes até o mais poderoso vivente daquele lugar.
Então…
Então como nada dura para sempre, acabou-se a gestão daquele Perfeito que o colocara lá. E veio um novo… outros tempos…
***
Então, agora, vou deixar de “historinhas” e vou direto ao ponto…
Hoje li na Tribuna da Região um nome “cotado” para a Secretaria da Cultura. Tudo bem. Não vou julgar. Não posso. Não conheço a pessoa…
O que sei – e vou dizer – é da minha decepção ao ver, mais uma vez, uma promessa política não passar disso: apenas promessa…
Vocês poderão ler aqui, na íntegra (os que porventura não o tenham feito), a declaração feita pelo futuro prefeito em entrevista à minha outra coluna, da qual adianto abaixo apenas a parte que ora interessa (grifos meus):
Vamos estudar, juntamente com a comunidade artística, o que é melhor para a Cultura de Goioerê. Se o melhor for continuar como Secretaria, assim será feito. Queremos uma gestão democrática, em que os que amam as mais diversas artes da nossa gente possam se manifestar. Uma administração de sucesso é feita com parcerias e não por imposições. Por isso, quando o povo de Goioerê me der o privilégio de ser seu Prefeito, terei como uma das prioridades formar um Conselho de Cultura democrático, que tenha em sua composição artistas, representantes da sociedade organizada, assim como representantes do poder público. Unidos, construiremos um novo tempo para nossa cultura.
Acreditei, Prefeito! Disseram-me que fui muito inocente ao fazer isso… mas, por tudo o que me foi dito sobre sua pessoa, acreditei que pudesse confiar…
Como já afirmei, não posso falar mal do indicado. Nem bem. Nunca ouvi nada que tenha realizado de relevante pela Cultura que lhe justificasse a indicação… Só estou me sentindo traída – e, acredito que, como eu, toda a classe artística também. Começamos mal, muito mal! Que eu saiba, NINGUÉM artista (ou amante das Artes) pôde se manifestar até agora…
Restam-me algumas esperanças, porém… (ingenuidade minha de novo??): a de que a palavra “cotado”, colocada entre parênteses ao lado do nome indicado, no jornal, seja apenas uma sondagem… a de que a tal “gestão democrática” citada acabe falando mais alto e que a frase “Uma administração de sucesso é feita com parcerias e não por imposições” não tenha sido apenas uma frase de efeito para campanha…
Essa “gangorra” ao sabor das vontades dos eleitos precisa acabar, porque, senão, não só a Cultura, mas tudo, ficará sempre nesse compasso de “sobe” …“desce” …“cai-de-cara-no-chão”… tenta subir de novo… e nunca chega a lugar nenhum. Aff!
E agora?
Bom… agora…
Ah! Só um detalhe…
http://azulzinhonoticias.blogspot.com.br/2015/06/estamos-de-olho.html