O livro em si já suscitou uma polêmica danada… e, mais uma vez, a maior parte encampada por padres e pastores: O Código Da Vinci, de Dan Brown.
Quando o li, há muitos anos, passei ótimos momentos de descontração (e tensão, às vezes, porque a história é daquelas que “prendem”). Só depois é que fui tomando conhecimento do “ti-ti-ti” que levantou…
É ficção? Não é ficção? Existem fatos reais em meio à ficção? E os Iluminatti… existiram mesmo? E o Opus Dei? Enfim… “Católicos, protestantes e estudiosos das religiões afirmam que se trata de uma afronta à figura histórica do Jesus de Nazaré. Críticos literários colocam que essa é apenas uma obra de ficção. Já o autor garante que as teorias presentes na história têm valor.”1
Eu, particularmente, prefiro acreditar que o livro é uma ficção, baseado em “possíveis” verdades… incluindo a que quero abordar hoje.
Não é da excelente trama de que quero falar aqui… Nem pretendo levantar e examinar ponto por ponto, tentando provar todos os pontos de vista. O que me move é o que ele coloca sobre o “sagrado feminino”…
“A história tem como pano de fundo um misterioso assassinato de um homem chamado Saunière, ocorrido no Museu de Louvre em Paris que, momentos antes de morrer, consegue deixar uma mensagem cifrada na cena do crime. É a partir dessas mensagens cifradas que o romance começa a abordar o tema do feminino.”2
Quando começa a tentar desvendar as tais mensagens cifradas, o autor coloca em seu personagem Langdon algumas explicações que, cá entre nós… fazem sentido, muito sentido, sim! Comigo é assim: quando a “coisa” faz sentido, beleza. Podem ter certeza de que “vou atrás” das provas!
Não estou falando do fato de ele ter colocado Maria Madalena como esposa de Jesus – com quem, inclusive, ele teria tido filha – e de como Ele, Jesus, achava que ela deveria ser a responsável pela fundação da igreja cristã. Acho isso meio bizarro… embora ele afirme que “Pedro não via isso com bons olhos. Assim, ela foi declarada prostituta e afastada do papel de liderança.” – Falo do que ele afirma sobre “os “poderosos da Igreja católica” terem “traído” o mundo, propagando mentiras que desvalorizavam o feminino, fazendo a balança pender para o lado masculino.” (extraído do livro).
É isso que, para mim, faz todo o sentido…
Quando uma empresa trabalha com amor, os resultados se materializam de várias formas… Uma das mais gratificantes é aquela em prêmios. Não foi à toa que a CHARME MODAS foi o grande destaque da solenidade de entrega do Prêmio ACIG na noite de sábado, 28/5, “faturando” todos esses aí acima! Competência é com essa equipe! E tem mais: junho é o mês dos Homens, lá na CHARME… Faltam poucos dias para terminar!! Que tal irem conferir tudinho lá na loja?
Em pesquisas extra-livro, qualquer um pode conhecer um pouco do que são fatos reais: os “Tribunais da Inquisição” citados são facilmente comprováveis na História.
Assim sendo, vamos, finalmente, ao que interessa: fazer uma crítica a essa desvalorização da mulher nas religiões cristãs e à supremacia masculina que desde o início dos séculos sempre limitou a atuação da mulher na sociedade, seja em que meio for – comprovando quais foram as estratégias usadas para isso.
Podemos começar pela Inquisição, citando a “caça às bruxas” levada a termo por ela, que durou mais de quatro séculos e ocorreu, principalmente, na Europa. O objetivo principal foi “uma massiva campanha judicial realizada pela Igreja e pela classe dominante contra as mulheres da população rural” (EHRENREICH & ENGLISH, 1984: 10) – além de terminar com “os hereges” que, na acepção dela, eram todos os que afrontavam a fé católica.
E quem eram as “bruxas”? Quem eram os “hereges”?
“As “bruxas” eram as parteiras, as enfermeiras e as assistentes, que conheciam e entendiam sobre o emprego de plantas medicinais para curar enfermidades e epidemias nas comunidades em que viviam.
Era uma época em que grandes mudanças sociais na Europa geraram instabilidade e descentralização no poder da Igreja, e foi para reconquistar o centro das atenções e o poder que a Igreja Católica efetivou os Tribunais da Inquisição. Some-se a isso que contou com a cumplicidade da instituição médica masculina em ascensão, que viu aí um bom método de eliminar as suas concorrentes econômicas que já os incomodavam, aliando-se a ela.
Hoje ganhamos mais uma parceria.Trata-se de um dos melhores médicos da nossa cidade – falo isso do fundo do meu coração, e por experiência própria. Obrigada, DR. EDUARDO! Neste espaço, toda semana vocês poderão contar com uma de suas inúmeras dicas de saúde. Acompanhem!
Os hereges eram todos os que se rebelavam contra a autoridade papal ou faziam qualquer espécie de crítica à Igreja de Roma. Por esse raciocínio, os milhões de crentes no mundo são hereges e cismáticos porque negam muitas das “verdades” da fé católica, não se submetem ao Sumo Pontífice, e só reconhecem Jesus Cristo como autoridade máxima da Igreja.3(Já pensaram?)
O fim dessa “caça” ocorreu somente no século XVIII e foi, sem dúvida, um processo bem organizado, financiado e realizado conjuntamente pela Igreja e o Estado.
“Hoje católicos e protestantes vivem em paz. A Igreja Católica reconhece seus erros e, humilde, pede perdão à Humanidade. Devemos perdoá-la… mas não podemos apagar a História.”3
Atualmente, as mulheres ainda continuam sendo discriminadas e duramente criticadas por lutarem pela igualdade de gênero e a divisão do poder social e econômico, que ainda é predominantemente masculino, continuando vítimas do patriarcado.”4 Isso porque até hoje há religiões que pregam essa subserviência e esse sentimento de superioridade masculina…
Nunca vou me esquecer de um dia, há muitos anos quando, em um casamento, um pastor começou a pregar, dizendo à noiva de suas “obrigações” de prestar obediência ao seu “senhor” (não usou essas palavras, mas foi o que quis dizer – entre outros disparates). Claro que respeito quem acha isso certo… como respeito as “Amélias” que adoram se submeter e acham corretíssima essa postura. Só que o mundo anda “pra frente”… Fica cada vez mais claro que somos todos “seres humanos”, com iguais direitos de viver e sobreviver – um ajudando ao outro.
Então… diante de tudo isso, passamos a compreender melhor de onde veio esse patriarcalismo… esse “machismo” recalcitrante, retrógrado e humilhante que reina até hoje – pregado ainda, repito, por muitas religiões.
Pode o livro ter sido construído em bases não verídicas. Isso não sei. Só acho estranhíssimo… “Se as polêmicas em torno de Jesus Cristo colocadas em “O Código Da Vinci” podem todas ser explicadas, então por que as Igrejas e os estudiosos se apressaram em escrever e lançar livros desmentindo as teorias que aparecem no livro?”1
Enfim… Não é isso que quis colocar aqui, mas essa vergonha de até hoje haverem homens que se julgam superiores às mulheres. Isso não existe. Nenhum é superior ao outro. Ambos têm que conviver em harmonia. Não há nada demais em mulheres serem gerentes, empresárias, motoristas, etc… como também não é demérito nenhum homens trocarem fraldas, lavarem louças e coisas do tipo. Ser HOMEM não é isso… Quem pensa assim é “macho” (assim… com letras bem minúsculas)!!
- http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=615
2.http://feminismbeauvoir.tumblr.com/post/91299291406/o-sagrado-feminino-no-c%C3%B3digo-da-vinci
- http://solascriptura-tt.org/Seitas/Romanismo/InquisicaoCatolica-JFlavio.PCristiano.htm
- http://www.espacoacademico.com.br/053/53angelin.htm