Por mais que, em entrevista, Iñárritu (diretor do filme) tenha afirmado que seu filme não é um faroeste: “o problema com gêneros é que eles vêm da palavra ‘genérico'”, seu filme pode sim ser visto como um western bonito. Leonardo DiCaprio é Hugh Glass, homem importante em uma expedição extrativista de pele animal ao longo do rio Missouri. Ele é o cara que manja do território, sabe por onde ir nas novas terras do oeste americano. Atacado por um urso, ele fica à beira da morte e se torna um fardo para os companheiros de viagem, nove sobreviventes de 45 no início da campanha. Ele é deixado para trás quando o inverno chega e sobrevive, precisando se recuperar e sobreviver no inóspito novo território.
A sequência da batalha inicial do filme é arrasadora, os cenários são dos mais bonitos, as câmeras pegam tomadas lindas esteticamente, um deleite rápido para os olhos. A crítica à maneira com que os Estados Unidos foram colonizados no oeste é bem clara, boa parte de terras originalmente mexicanas. Americanos, ingleses, franceses, invasores, pessoas que sugam recursos e levam embora, se apropriam de terra, espaço, natureza, retiram o máximo e não se conectam. Glass é diferente por se integrar. Os nativos são mostrados como um povo cansado e focado em sobreviver, contra atacar.
Uma das cenas mais legais é quando, dos que abandonaram Glass a própria sorte, dois deles passam por uma aldeia dizimada. Tudo queimado, javalis correm sem ordem no meio dos destroços. Eles procuram qualquer coisa que possa auxiliá-los, abrigo, alimentação, transporte. Um deles se abaixa. Agachado na lama, ele pega um relógio quebrado e reclama dos “selvagens”.
Olha só. Eles roubam tudo o que é da gente.
— John Fitzgerald
Que irônico.
Só lembrando que, o filme rendeu o tão almejado OSCAR para DiCaprio como melhor ator!!!