E eis que a tal assembleia decidiu pela continuação da greve dos professores…
Vejo muitas pessoas divididas, por causa disso – inclusive os próprios professores. E, de novo, vejo pessoas que não sabem respeitar os outros seres humanos, preferindo partir para ofensas e não a diálogos.
Muitas e muitas vezes tenho exposto minha opinião sobre os maus professores – que existem, sim, como em toda e qualquer categoria. Um dia desses uma amiga disse que eu “peguei pesado” com eles… e eu respondi que não… que esse tipo de professor não merece mesmo consideração. (E que eu sempre deixei muito claro que não estava me referindo à classe toda).
Mas vamos combinar que são a minoria… Infelizmente, talvez seja essa minoria a causa de tantos descalabros verbais que vejo sobretudo no face. Então, convido a sociedade goioerense a que leia o texto abaixo, cujo autor não consegui localizar, mas que mostra muito do que é, realmente, o “verdadeiro” professor… Embora eu tenha colocado o título no feminino – mais para chamar a atenção – ele é dirigido a todos os professores, por isso o masculino a seguir…
SOU UM PROFESSOR QUE PENSA…
Pensa em sair correndo toda vez que é convocado para uma reunião, que certamente o responsabilizará mais uma vez, pelo insucesso do aluno.
SOU UM PROFESSOR QUE LUTA…
Luta dentro da sala de aula, com os alunos, para que eles não matem uns aos outros.
Que luta contra seus próprios princípios de educação, ética e moral.
SOU UM PROFESSOR QUE COMPREENDE…
Compreende que não vale a pena lutar contra as regras do sistema, ele é sempre o lado mais forte.
SOU UM PROFESSOR QUE CRITICA…
Critica a si mesmo por estar fazendo o papel de vários outros profissionais como: psicólogo, médico, assistente social, mas não consegue fazer o próprio papel, que é o de ensinar.
SOU UM PROFESSOR QUE TEM ESPERANÇA…
E espera que a qualquer momento chegue um “estranho” que nunca entrou em uma sala de aula, impondo o modo de ensinar e avaliar.
SOU UM PROFESSOR QUE SONHA…
Sonha com um aluno interessado, sonha com pais responsáveis, sonha com um salário melhor, um mundo melhor.
ENFIM, SOU UM PROFESSOR QUE REPRESENTA….
Representa a classe mais desprestigiada e discriminada, e que é incentivada a trabalhar só pelo amor à profissão.
Representa um palhaço para os alunos.
Representa o fantoche nas mãos do sistema concordando com as falsas metodologias de ensino.
E esse professor, que não sou eu mesmo, mas é uma outra pessoa, representa tão bem, que só não trabalha como ator, porque já é PROFESSOR e não dá para conciliar as duas coisas.
É para esses meus colegas que peço respeito e compreensão!
Se estão, mais uma vez, partindo para uma greve, não é porque “são vagabundos”, desordeiros e outros adjetivos desse tipo, como alguns querem.
“Os trabalhadores da educação iniciaram a greve geral em 17 de outubro. A paralisação é resultado do rompimento por parte do governador Beto Richa do acordo para o fim da greve de 2015. Sem dialogar com os servidores, no último dia 03 de outubro, Richa enviou para a ALEP (Assembleia Legislativa do Paraná) a Mensagem 043/2016, estabelecendo que a reincorporação das perdas inflacionárias só ocorrerá depois de quitadas todas as dívidas de promoção e progressão, e se o governo tiver disponibilidade financeira.
Os servidores rejeitaram o termo de acordo apresentado pelo Governo do Estado, avaliando que o documento não garante o pagamento da data-base e não contempla os demais itens da pauta e reivindicam o cumprimento da lei 18.493/15, que prevê o pagamento da reposição anual da inflação, a data-base. Também pedem a implementação e a quitação das progressões e promoções, benefícios que o governador Beto Richa (PSDB) não efetua há dois anos. Os educadores pleiteiam a equiparação da remuneração dos funcionários de escola ao salário mínimo regional e o repasse integral do vale-transporte dos agentes educacionais.”
Como se vê, desrespeito é a tônica, mais uma vez.
Se a categoria fosse respeitada, como acontece na maior parte do mundo – e o exemplo maior é o do Japão! – nada disso aconteceria.
Tudo o que se conquistou até agora só aconteceu por causa de greves. É um absurdo que está mais do que na hora de ser interrompido – mas parece que os governantes em geral só falam da Educação em suas campanhas políticas. Aí, sim, é que a gente vê cada milagre prometido! Todos apresentam mil propostas mirabolantes para o setor educacional, mas, depois da vitória, parece que são, todos eles, acometidos de uma “amnésia geral” que os faz esquecer as promessas que nunca tiveram intenção de cumprir.
Esse, também, é mais um filme que já vi… e estou cansada e injuriada com o repeteco. Mudam os tempos… as décadas se passam… mas minha história no magistério, nesse sentido, não é diferente das dos professores que hoje estão/continuam na lida…
Ouvi queixas de que essa greve está sendo conduzida de forma irresponsável pelo comando de greve da APP sindicato, que abandonou seus núcleos sindicais e não criou nenhuma estratégia para a manutenção do Estado de Greve… que não manda mais informativos, que não se dá mais explicações para as mídias, que não se conversa com pais e alunos… que, como sempre, boa parte dos professores daqui não apoia o movimento… que se encontra enfraquecido, ao menos aqui na cidade.
Ao contrário de uma postagem que li, e como já mencionei na coluna anterior, não é a primeira vez que essa APP decepciona…
Provavelmente, hoje, quando esta coluna sair, a greve tenha terminado. Torço para que, se acontecer, seja com alguma vitória…
Talvez eu fosse mais feliz se pudesse não enxergar essas coisas…
Talvez eu fosse mais feliz se fosse “uma professora que não pensa”!
http://h2foz.com.br/noticia/educadores-decidem-continuar-greve