Amanhã, dia primeiro de setembro, será um dia relevantemente histórico porque hoje, 31, dia em que escrevo esta coluna, todos os problemas do Brasil foram resolvidos com o impeachment da ex-presidente Dilma.
Será o dia em que mais nenhum brasileiro conviverá com a corrupção, porque ela foi, definitivamente, enterrada… Nunca mais se verá ninguém furando fila, ninguém “molhando” a mão de guardas de trânsito, ninguém recebendo troco errado sem reclamar, ninguém fazendo declarações de imposto de renda fraudulentas (e depois saindo às ruas para “lutar contra a corrupção”…), ninguém batendo ponto pelo colega de trabalho, ninguém apresentando (nem fornecendo) falso atestado médico, ninguém colando na prova, ninguém estacionando em lugar proibido… ninguém mais deixará de dar nota fiscal, nem comprará produtos falsificados, muito menos falsificará assinaturas. Ebaaaaaaaaaaaa!! E todos, mas TODOS os problemas mesmo do Brasil estarão resolvidos, a partir do histórico dia de amanhã, primeiro de setembro de 2016!!
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Está certo que nomes edificantes como Eduardo Cunha, Renan Calheiros, Romero Jucá e mais uma enorrrrrrrrrme lista de senadores que honestamente julgaram a presidente ainda reinarão por muito tempo… Mas isso é apenas detalhe… não importa para o futuro do Brasil.
Também não tem a mínima importância o “Aécio bonzinho” ter sido o maior articulador de um golpe jamais visto, boicotando logo após a posse da presidente todo e qualquer projeto enviado por ela para aprovação do Senado. Inviabilizado toda e qualquer ação que pudesse vir a ser lucrativa para o país.
Detalhe insignificante também é o fato de que essa tal de “pedalada” fiscal – o uso de recursos da Caixa Econômica Federal para o pagamento de benefícios sociais – que tanto pesou no julgamento, ocorra desde o governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), não sendo justa, portanto, a proposta do impeachment.
Não pesa em nada o fato de que “Ninguém sabe se a tal pedalada fiscal configura crime de responsabilidade, embora todos concordem que, mesmo que houvesse o tal crime, ele recairia sobre o secretário do Tesouro” – como afirmou Gregório Duvivier sobre a opinião de dezenas de juristas renomados a respeito do impeachment. Como ele também afirma, “No governo FHC, a pedalada era uma tradição de fim de ano tão comum quanto a Simone cantando ‘Então É Natal’. Faço minhas as observações dele e sua pergunta, agora retórica – já confirmada essa tão decadente e ignominiosa “vanguarda”: “Nunca, em democracia alguma, um presidente caiu por causa de uma pedalada fiscal. Será que o Brasil finalmente chegou à vanguarda?”
Não importa considerar a opinião divergente de juristas e juristas. Nada ficou definitivamente provado e comprovado. Tudo o que importa é confundir… é basear-se em declarações de vergonhosas delações premiadas (provavelmente com muito mais cifrões tentadores do que uma simples diminuição de pena).
Não importa desconsiderar vídeos que vieram à tona escancarando a verdade para os que a quisessem ouvir:
Nada, nada mesmo importa… a única solução para o país era derrubar Dilma e o PT…
Não importa de jeito nenhum mostrar, desenhar, provar que aconteceu agora exatamente o mesmo que no golpe de 64. Que a história se repetiu, apenas com a mudança dos personagens.
Nesta época de gripes, melhor ouvir esta dica do
Dr. Eduardo, que sabe muito bem o que diz!
Ele e o Hospital Santa Maria estão à nossa disposição!
Não! Nada irá demover aqueles que, ingênua ou maldosamente, saíram às ruas na doce ilusão de que faziam por iniciativa própria o que foi simplesmente provocado pela era das mídias sociais. Incitados por aqueles que, alvos de um trabalho de investigação jamais visto na história, que colocou pela primeira vez, milionários e políticos (inclusive do PT) na cadeia, “moveram seus pauzinhos” para estancar aquela sangria que só pararia com a queda de quem a sustentava… cujo grande pecado mesmo foi deixar que o “medo da prisão” chegasse tão perto da classe dominante deste pobre Brasil. Nunca se viu tanta gente “bacana” com medo da Polícia Federal. E o pecado do PT foi se transformar em um partido qualquer, como praticamente todos os outros deste Brasil.
Onde está o tão louvado e quase canonizado Sérgio Moro, “rei das mídias” no auge das maquinações, e agora tão caladinho após a posse de Temer?
E o Eduardo Cunha… usado como a mola propulsora – ou sendo isso conscientemente… – o “bandido preferido” porque tudo vale neste país sem valores… até quando pairará sobre nossas cabeças com suas tramas e desonestidade??
E o que falar desse Senado, que, não satisfeito com o circo armado por ocasião da votação do impeachment, agora rasga a constituição mais uma vez e mostra definitivamente ser uma cambada que vive dando jeitinhos para protegerem seus interesses?
Ora… o que estou fazendo?
Mais do que já escrevi sobre esse assunto, impossível! Está mais do que na cara que só mesmo o tempo provará definitivamente tudo o que digo… (espero estar viva quando isso se der…)
Por enquanto… resta comemorar essa vitória… a vitória da inteligência do mal sobre o povo do Brasil. Tão inteligente, mas tão inteligente, que se deu bem em seu intento, e ainda fez o povo que participou acreditar que a ele se deve “a redenção da Pátria”. Que ótimo!
Rezo a Deus todos os dias para eu e mais milhões de pessoas estarmos errados… porque aí, sim, o segundo parágrafo desta coluna será realidade!!
Trechos em itálico extraídos de postagem de meu sobrinho Jotinha Ribeiro, de São Carlos – SP