LeBron James já disse diversas vezes que todas as apostas estavam contra a possibilidade de um menino nascido em Akron, filho de mãe solteira, chegar na NBA, a liga americana de basquete. Pois ele quebrou a banca. Neste domingo, transformou-se no maior herói de Cleveland ao levar os Cavaliers ao primeiro título de sua história e acabar com os 53 anos de espera da cidade por uma conquista nas três principais competições do país – MLB (beisebol) e NFL (futebol americano), pois não há representante na NHL (hóquei) e MLS (futebol). Uma campanha épica, batendo por 93 a 89 o então campeão Golden State Warriors, em Oakland, em uma virada inédita nas finais depois de estar perdendo a série por 3 a 1.
A coroa do Rei voltou para LeBron ainda com uma atuação digna de sua majestade. Ele fez um triplo-duplo, com 27 pontos, 11 rebotes e 11 assistências, além de três tocos sensacionais, um deles em Stephen Curry, apagado no jogo 7, com 17 pontos. Kyrie Irving fez uma cesta decisiva, terminando com 26 pontos. Draymond Green fez o possível para os Warriors não perderem, com 32 pontos, 15 rebotes e nove assistências, mas não deu.
O JOGO
A expectativa de um jogo nervoso no começo aconteceu diante de um ginásio fervendo com os torcedores vibrando e vaiando a todo momento. O aproveitamento de acerto nos arremessos foi baixo. Aos poucos, os times foram se encontrando e atuaram em seus melhores estilos, sem deixar que o outro conseguisse espaço para respirar em quadra.
Foi com cestas de três que os Warriors conduziram o seu jogo, com cinco acertos em 11 tentativas no primeiro quarto. Do outro lado, os Cavaliers apostaram no domínio no garrafão, onde marcou 16 pontos contra quatro do rival no período. Nem a presença constante de um pivô, seja ele Festus Ezeli ou o brasileiro Anderson Varejão, impediu essa escolha, que deixou Cleveland em vantagem de 23 a 22 depois de dois lances-livres de LeBron.
O equilíbrio do jogo continuou, deixando os torcedores à beira de um ataque de nervos. Se Curry e Klay não haviam engrenado, Green apareceu em noite de MVP. Com a pontaria calibrada, virou o âncora das jogadas ofensivas, acertou quarto bolas de três no período, cinco no total até então, com um aproveitamento perfeito de longa distância. As infiltrações não tiveram sucesso, e o tradicional toco de LeBron em Curry aconteceu mais uma vez, esquentando o clima em quadra.
Os Cavaliers mantiveram a estratégia de jogar no garrafão. Até porque as bolas de três não caíram como em outros jogos. Até o segundo quarto, apenas uma havia sido convertida em 14 opotunidades. Os Warriors conseguiram assumir a liderança no placar justamente nos arremessos de longa distância e abriram a maior vantagem no placar até então com um de Leandrinho (47 a 40). O time fechou o período à frente, por 49 a 42, com Green tendo marcado quase metade dos pontos (22).
Os Warriors reagiram aos poucos até uma enterrada de Shaun Livingston igualar o placar em 71 a 71 e explodir a torcida no ginásio. Os Cavaliers pediram tempo, mantiveram o equilíbrio, mas viram o rival segurar a liderança ao fim do terceiro quarto por 76 a 75.
Não havia forma melhor de a temporada da NBA chegar ao fim. Com o equilíbrio no último quarto, o jogo 7 passou a ser de um grau de tensão fácil de ser sentido longe de Oakland. Cavaliers e Warriors continuaram em um ritmo semelhante a todo o jogo, sem fugir das suas características.
O jogo ficou de enlouquecer. Os dois ataques gelaram. LeBron, Love, Curry, Green, ninguém. O Rei ainda deu um toco espetacular em Iguodala parando um contra-ataque mortal. Com um minuto por jogar, ainda havia o empate em 89 a 89 no placar. Irving, então, quebrou a sequência com uma bola de três sensacional. Curry não teve resposta. Na sequência, LeBron tentou uma enterrada sobre Green e caiu se remoendo em dores. Acertou um de dois lances-livres, abriu quatro pontos com 10 segundos. Desta vez, não houve milagre dos Warriors e Cleveland finalmente teve a chance de festejar a realização da profecia do Rei.
Fonte:
Globoesportes.com.br