A cidade de Cruzeiro do Oeste entrou para a história da paleontologia em 2014, com descoberta de restos de 47 pterossauros – répteis voadores, parentes dos dinossauros – de uma espécie até então desconhecida. Especialista aposta em chances de encontrar raridade que pode ajudar a entender elo entre vertebrados terrestres e voadores.
Batizada de Caiuajara dobruskii, ela viveu há cerca de 80 milhões de anos. Agora, em breve, o status do local deve ganhar maior importância, porque é bem provável que sejam encontrados no mesmo sítio ovos desses animais, bem mais difíceis de ser achado do que ossos.
A quase certeza é do paleontólogo Alexander Kellner, diretor do Museu Nacional, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), um dos líderes da equipe que descobriu os restos fossilizados em 2014. De acordo com ele, o local – o leito de uma antiga estrada e barrancos adjacentes – tem “potencial enorme” para abrigar ovos fossilizados de pterossauros. “Escavamos uma área de apenas 20 m² em um sítio que, segundo estimamos, pode ter cerca de 400 m²”, diz. “Como encontramos muitos fósseis juntos, é possível que sejam achados ovos. Em breve reiniciaremos as escavações.”
Ele baseia essa previsão na comparação com as outras duas únicas áreas conhecidas no mundo com grande concentração de fósseis de pterossauros, uma no deserto de Hami, na província autônoma de Xinjiang, no noroeste da China, e outra, na Argentina. “Em ambas foram encontrados ovos e em Cruzeiro do Oeste não, mas é uma questão de tempo”, prevê Kellner.
(Fonte: g1.globo.com)