Publicidade
Publicidade

Notícias / Polícia A história de Marisela Escobedo, a mulher assassinada no México por investigar o feminicídio de sua filha

sábado, 17 outubro de 2020.

Marisela Escobedo lutou sozinha para capturar o assassino de sua filha

A primeira morte de Marisela Escobedo foi quando sua filha de 16 anos foi assassinada. A segunda, quando a Justiça mexicana absolveu o assassino. A terceira, quando em dezembro de 2010, levou um tiro na cabeça que acabou com sua vida.

Em 2008, a mexicana deixou de ser apenas uma mãe que lamentava a morte de sua filha, Rubí Marisol Frayre, para se tornar uma ativista de direitos humanos que buscava justiça diante da omissão das autoridades para esclarecer o caso.

A história de Marisela é contada agora, quase dez anos após seu assassinato, no documentário As três mortes de Marisela Escobedo, dirigido por Carlos Pérez Osorio, que acaba de ser lançado em uma plataforma de streaming.
Rubí foi assassinada em agosto de 2008 em Ciudad Juárez, no estado de Chihuahua, no norte do México. O assassino, Sergio Rafael Barraza, era seu companheiro. Ele jogou os restos mortais da jovem em um depósito de porcos, onde foram encontrados meses depois do crime.

Diante da passividade das autoridades, Marisela se tornou investigadora e deu início a uma saga para localizar Barraza e levá-lo à Justiça.
Ela o encontrou no estado de Zacatecas e consegui que fosse preso em 2009. Barraza se declarou culpado. No entanto, ele foi libertado meses depois, porque a promotoria de Chihuahua não conseguiu provar que ele havia cometido o crime.

Um tribunal superior depois alterou a decisão que havia permitido a libertação de Barraza, mas ele já havia escapado. Marisela tornou-se então ativista da luta contra a impunidade no México.
Protestos
Escobedo passou a exigir publicamente a recaptura do assassino de sua filha. Participou de marchas e fez pedidos às autoridades. Em uma ocasião, ela caminhou pelas ruas de Ciudad Juárez com uma foto do assassino de sua filha colada ao corpo.

Depois de tentar quase tudo, em 8 de dezembro de 2010, começou uma vigília em frente ao Palácio do Governo de Chihuahua. Foi lá que, em 16 de dezembro de 2010, um desconhecido a abordou.

Marisela Escobedo foi assassinada em dezembro de 2010, quando realizava uma manifestação em frente ao Palácio do Governo de Chihuahua

Depois de trocar algumas palavras, a mulher começou a correr. O homem a alcançou e a matou com um tiro na cabeça, antes de fugir em um carro. Marisela nunca viu o assassino de sua filha voltar para atrás das grades.
Barraza morreu em 16 de novembro de 2012 em um confronto com militares no estado de Zacatecas, justamente o local que Marisela havia indicado como paradeiro do assassino de sua filha.
Desde 2010, a Promotoria de Chihuahua atuava em conjunto com a Interpol e outras organizações, como o Exército e a Polícia Federal Mexicana, para capturá-lo. Barraza também havia sido identificado como autor intelectual do assassinato de Marisela.

José Enrique Jiménez Zavala, acusado pelo assassinato de Marisela, morreu na prisão, supostamente estrangulado por seu companheiro de cela.

Dez mulheres assassinadas por dia
Para os criadores de “As Três Mortes de Marisela Escobedo”, o documentário é um exemplo dos fracassos da Justiça no México, país onde dez mulheres são assassinadas por dia e onde a impunidade nesses casos é de 97%.

“Sem dúvida, este documentário mostra como o sistema de Justiça no México está completamente podre e, infelizmente, continua assim”, disse a produtora Laura Woldenberg, em entrevista à agência EFE.
Rubí, filha de Marisela, está na lista das “mortas de Juárez”, que inclui mais de 700 mulheres assassinadas entre as décadas de 1990 e 2000. Hoje, esses casos são reconhecidos como feminicídios, assassinatos por violência sexista ou de gênero.

A história de Marisela é um retrato do que ainda acontece no México, onde as falhas do sistema judicial levam vítimas destes crimes a buscar justiça por conta própria.

“Dez anos depois, a situação mudou: já temos o termo ‘feminicídio’, já entendemos que este é um problema nacional, que é uma questão de violência de gênero, mas ainda temos dez assassinatos violentos de mulheres por dia”, disse Woldenberg.

Protesto em Ciudad Juárez, exigindo justiça pelos assassinatos de Marisela e sua filha Rubí

Publicidade
domsegterquaquisexsáb
     12
24252627282930
       
2930     
       
28293031   
       
282930    
       
     12
31      
    123
2526272829  
       
28293031   
       
     12
31      
   1234
2627282930  
       
293031    
       
     12
       
      1
3031     
      1
30      
   1234
262728    
       
  12345
2728     
       
28      
       
      1
       
     12
2425262728  
       
      1
3031     
     12
24252627282930
       
  12345
2728293031  
       
2930     
       
    123
25262728293031
       
    123
18192021222324
25262728   
       
 123456
78910111213
21222324252627
28293031   
       
     12
10111213141516
17181920212223
24252627282930
31      
   1234
567891011
12131415161718
19202122232425
2627282930  
       
1234567
891011121314
15161718192021
22232425262728
293031    
       
     12
3456789
10111213141516
17181920212223
24252627282930
       
  12345
6789101112
13141516171819
20212223242526
2728293031  
       
      1
9101112131415
23242526272829
3031     
    123
252627282930 
       
 123456
14151617181920
21222324252627
28293031   
       
      1
9101112131415
16171819202122
23242526272829
30      
   1234
567891011
       
   1234
12131415161718
19202122232425
262728    
       
293031    
       
    123
11121314151617
       
  12345
13141516171819
27282930   
       
      1
23242526272829
3031     
    123
18192021222324
252627282930 
       
28293031   
       
   1234
567891011
       
     12
3456789
17181920212223