Num julgamento dos mais movimentados realizado ontem, sexta-feira, 7, o Tribunal do Juri da Comarca de Goioerê condenou a ré Elizabete Aparecida dos Santos, 54 anos, a 7 anos de prisão.
Elizabete é acusada na tentativa de assassinar o esposo, funcionário da Copel, Gilmar Milani. O casal estava em processo de separação. O crime ocorreu em outubro de 2007, a quase 12 anos.
Após longos debates, onde o Juíz Christian Palharini, durante oitivas a vítima e da ré, fez um relato pormenorizado da ação criminosa que resultou na emboscada preparada pela Elizabete e um comparsa para assassinar Gilmar Milani. O alvo central era se beneficiar do seguro de Gilmar, seus bens e o benefício com a morte do salário de Gilmar como funcionário da Copel.
Ao final, os jurados sentenciaram Elizabete a 7 anos de prisão que inicialmente serão cumprido em regime semi-aberto.
Trabalhou na acusação o Promotor Gabriel Thomaz. A defesa foi feita pelos advogados Silvia Adriana e José Paulo de Lima.
COMPARSA. O comparsa de Elizabete na emboscada armada para assassinar Gilmar Milani, Rogério Fernandes de Oliveira, autor do disparo que atingiu Gilmar no rosto, será levado a julgamento em breve.
O CRIME. De acordo com os autos, no dia 8 de outubro de 2007, mesmo separados, Elizabete insistiu para que Gilmar a levasse até Quarto Centenário, onde iria cobrar um cheque no valor de R$ 286,00.
Gilmar aceitou levá-la até Quarto Centenário, em seu Vectra. No entanto, nas proximidades da “Garapeira”, próximo a Associação Museu, “Bete” alegando estar passando mal, desistiu da viagem e pediu para Gilmar retornar para Goioerê.
EMBOSCADA. Na época, em seu depoimento Elizabete disse que na tarde do dia seguinte, 9, novamente pediu para Gilmar Milani levá-la a Quarto Centenário para tentar receber o cheque, ficando acertada a viagem por volta das 19:30 horas a que acabou acontecendo.
Mas, estranhamente, uma vez mais próximo a garapeira, Elizabete, novamente alegou estar passando mal pediu para Gilmar parar o Vectra. Diante do movimento na rodovia, Gilmar só conseguiu parar o carro na “Baixada dos Polacos”, na divisa com Quarto Centenário.
Logo que Bete desceu do Vectra, um carro parou atrás do Vectra, do qual desceu um elemento que depois de tentar abrir a porta de trás do Vectra foi em direção a porta do motorista e disparou um tiro no vidro atingindo o rosto de Gilmar com uma pistola calibre 380.
Mesmo ferido Gilmar conseguiu colocar o Vectra em movimento e deixou o local em alta velocidade buscando socorro em Quarto Centenário. Na fuga ele deixou Elizabete no local, que foi encontrada mais tarde, no mesmo local, pela polícia.
Gilmar foi removido para a Santa Casa de Goioerê pela equipe da PM de Quarto Centenário e em seguida para a UTI de um Hospital de Umuarama.
Na época o delegado Dr. Edson da Rosa comandou intensas investigações, determinando inclusive a realização de perícia no telefone de Elizabete. No período em que antecedeu e após o crime, foram feitas e recebidas diversas chamadas no telefone de “Bete”, inclusive momentos antes do crime, ela recebeu uma ligação.
O veículo utilizado no crime, conforme o inquérito apurou teria sido um Corcel II, conduzido por Rogério Fernandes de Oliveira autor dos disparos. Diversas testemunhas foram ouvidas na Delegacia de Goioerê.
São inúmeras as evidências contidas no processo que apontam para Elizabete como envolvida no crime, que foi um dos mais rumorosos registrados em Goioerê na década passada, mais exatamente no dia 9 de outubro de 2007.
Elizabete, que na época era proprietária da loja de confecções, Skinas Modas, no Calçadão da Francisco Scarpari, continua residindo em Goioerê. Enquanto que Gilmar Milani reside em Curitiba.