Funcionando desde o início do mês, o novo sistema de coleta de lixo, implantado em Goioerê pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente, vem tendo um resultado abaixo do esperado. Mesmo com a obrigatoriedade, o lixo que está sendo recolhido pela Prefeitura continua misturado, demonstrando que a população precisa ser conscientizada para que promova a separação do lixo úmido, formado por papel higiênico, restos de comida, copinhos plásticos, embalagens de café e chips (ou qualquer outra embalagem, cujo interior é laminado) entre outros ítens.
Não bastasse o lixo úmido não estar sendo separado corretamente, a mesma situação ocorre com o lixo reciclado, que está sendo realizado de forma desordenada, gerando transtornos para os coletores e funcionários da ATA, responsável pela triagem do material que chega na Associação. Grande percentual deste material é formado por lixo úmido.
FALTA ORIENTAÇÃO. A pouca adesão ao novo sistema de coleta de lixo é recorrente da falta de uma ampla campanha de orientação e conscientização da população para a necessidade de se fazer a separação correta, assim como que tipo de material deve ser separado para a coleta seletiva.
Segundo o secretário Antonio de Lima, nos dias que antecedeu a entrada em vigor do novo sistema de coleta de lixo, foram entregues nas residências panfletos orientando os moradores. No entanto, os próprios coletores de lixo afirmam que não receberam informações adequadas e que nem o material informativo anunciados que seriam entregues nas residências, não ocorreu como era previsto.
Na tarde de segunda-feira a reportagem da Tribuna abordou um caminhão coletor de lixo da Prefeitura para verificar se o lixo que havia sido recolhido naquele dia estava separado corretamente como prevê o novo sistema de coleta. No entanto, os coletores ao rasgar as sacolas identificaram uma grande quantidade de material reciclado misturado ao lixo úmido.
Mesma situação encontrada na ATA, onde na esteira que faz a triagem do material era grande a quantidade de lixo que estava sendo descartada e que seria destinada ao aterro sanitário.
LOCAIS ISOLADOS. Em todo o perímetro urbano de Goioerê o local onde os moradores fazem a separação do lixo da forma mais correta é no Conjunto Cidade Alta, conforme destacam, tanto os coletores de lixo como os de material reciclado.
Em seguida aparece o Jardim Morumbi. Nos demais, a separação é realizada de forma irregular, demonstrando assim que a população, apesar das ameaças de multas, não aderiu ao novo sistema.
De coleta de lixo urbano que, ao que parece, ficou apenas nos discursos sem nenhum efeito prático por parte dos setores responsáveis.
CONTROVÉRSIAS. Ao ouvir coletores de lixo e coletores da ATA, a reportagem da Tribuna constatou que existe uma falta de sintonia entre o que a Prefeitura divulga em relação ao material reciclado e o que ocorre na prática pela Associação dos Coletores.
Em fala do secretário Antonio de Lima, durante palestra para alunos do IFPR, assim como para a reportagem da Tribuna, o secretário afirmou que o isopor apesar de ser um material de difícil comércio, através da parceria da Ata com a Prefeitura, a associação iria recolher este material que futuramente passará por um processo químico, reduzindo em mais de 50% o seu volume.
Por sua vez, os funcionários da ATA estão descartando todo o isopor recolhido no material reciclado, para ser jogado no aterro sanitário, por não ser material com comércio. Da mesma forma o copo plástico, que consta no material informativo da Prefeitura como lixo seco, igualmente é descartado pela ATA por falta de comércio.
O secretário Antonio de Lima reconhece que de fato esses dois itens não estão tendo mercado, o que tem provocado o descarte pela ATA. “Mas preferimos que a população continue separando e entregando na coleta seletiva estes materiais, pois acreditamos que logo a ATA encontrará empresas para comercializar aqueles produtos” – afirma o secretário de Agricultura e Meio Ambiente.
RESPONSABILIDADE DE TODOS
O novo sistema de coleta de lixo é tão importante quanto o de coleta seletiva, com relevante impacto ambiental se colocado em prática. Desta forma, merece um pouco mais de atenção por parte de seus idealizadores, para que novas estratégias sejam traçadas para informar e envolver toda a população. Assim como a população deve se esforçar e conscientizar em adotar praticas ambientalmente corretas, como a separação do lixo seco e do lixo úmido.