Dois dias depois do atentado ocorrido em Suzano (SP), quando cinco adolescentes e duas funcionárias da Escola Raul Brasil foram mortos por dois atiradores, a Polícia Civil do Distrito Federal passou a investigar cinco ameaças a escolas públicas do DF. Os casos, contudo, seguem em segredo de Justiça por envolver nomes de adolescentes.
Uma das ameaças mais preocupantes foi a aparição do desenho de uma suástica no quadro branco de uma sala de aula. Abaixo do símbolo nazista, a frase “massacre em 20/3” (foto em destaque). Para não atrapalhar as apurações, o nome da escola não divulgado pelos investigadores da Polícia Civil do DF.
A área de inteligência da Segurança Pública também passou a monitorar as redes sociais, em especial o Facebook, o Twitter e o Instagram, por causa de publicações que incitam a violência ou veneram a atitude dos autores do assassinato em massa na cidade localizada na Grande São Paulo. Especialistas em crimes virtuais acompanham e pedem autorização judicial para tomar medidas preventivas.
Invasão na Secretaria de Educação
Os casos vieram à tona no mesmo dia em que um professor de violino da Escola de Música de Brasília (EMB) invadiu a sede da Secretaria de Educação, no Setor Bancário Norte. Ele estava armado com uma faca e uma besta (espécie de arco e flecha), mesmo equipamento utilizado pelos atiradores do massacre da Escola Estadual Raul Brasil, em Suzano (SP). O alvo, segundo a Polícia Militar, seria o próprio secretário.
Após ser preso, o professor da Escola de Música de Brasília foi levado ao Hospital de Base em uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Na maca, gritou: “Me trouxeram para cá como um cachorro“.
Ainda muito agitado por volta das 15h40, disse que foi ao prédio da Secretaria de Educação a pedido da assessoria do chefe da pasta, Rafael Parente, para levar “um caso grave”. “Covardes que não têm coragem de lutar pelos próprios filhos”, disparou. O professor de 53 anos, que não teve o nome divulgado, segundo fontes da secretaria, estaria em tratamento psiquiátrico.