A Tribuna alertou na segunda-feira, 6, que a Prefeitura deveria adotar medidas para conter o fluxo e a aglomeração de pessoas que foram registrados no primeiro dia de abertura do comércio.
Na terça-feira, 7, depois de tantas criticas nas redes sociais para a irresponsabilidade da população circulando livremente pelas ruas de Goioerê e se aglomerando nos bancos, lotéricas e revendedora a de celulares, a equipe da Vigilância Sanitária de Goioerê visitou ontem estes locais e constatou a situação que vai contra a orientação do Decreto Municipal de evitar aglomeração.
A equipe da Vigilância Sanitária, que estava acompanhada do prefeito Pedro Coelho, orientou os profissionais destes estabelecimentos a fazer a limpeza dos caixas eletrônicos a cada troca de pessoa que entrar e fazer a utilização das máquinas, manter à disposição o álcool gel e utilizar o sistema de senhas quando formarem filas, para que diminua a aglomeração.
A diretora da Vigilância Sanitária, Ana Flávia, alerta que é obrigação da empresa impedir a aglomeração e adotar medidas de prevenção. O descumprimentos poderão gerar sanções penais pelos órgãos responsáveis em autuar.
NOITE DE TERÇA-FEIRA DE GRANDE MOVIMENTO
No entanto, o livre trânsito da população não se restringiu durante o dia. Depois que a Prefeitura autorizou o funcionamento do comércio, sem criar regras que coíba os exageros da população em circular pelas ruas, o movimento tem sido muito grande. E para quem defende a bandeira de que a população estava pagando contas e resolvendo problemas com as lojas, a noite de terça-feira, 7, demonstrou que nem todo mundo está saindo por necessidade.
A verdade é que ao liberar o comércio sem medidas restritivas gerou um clima de “vida que segue”. Os adeptos das caminhadas voltaram aos seus passeios. A avenida Santos Dumont, no trajeto que vai até o Parque de Exposição, estava concorrida ontem, pouco depois das 18 horas, com dezenas de pessoas, em duplas, trios e até grupos, realizando as tradicionais caminhadas, utilizando o mesmo trecho, cruzando-se pelo percurso, como se o covid-19 não existisse.
Que as caminhadas são benefícios para a saúde do corpo e mente, não há que se questionar. No entanto, as atitudes das pessoas ontem demonstraram a irresponsabilidade para a propagação do vírus. O que se esperava depois de tantas informações era que as caminhadas fossem solitárias, em locais diferentes e horários diferentes.
Outra cena que deixou claro a falta de uma ação restritiva foram os bares. Na noite de terça-feira, por volta das 19:30 horas, a Tribuna percorreu as ruas e constatou bares com pessoas jogando sinuca e mesas nas calçadas com clientes consumindo normalmente.
PERIGO IMINENTE. O isolamento social é a única forma de impedir um caos no sistema de saúde e com isso muitas mortes. No Brasil já são mais de 13 mil casos positivos e quase 700 mortes pelo covid-19. No Paraná são 511 casos positivos e 19 mortes. Campo Mourão é a cidade com o maior número de mortes no Estado pelo Covid-19, com 4 mortes. Ontem já eram 22 casos confirmados e 36 suspeitos. Goioerê registrou até agora 1 caso positivo e ontem, terça, surgiram mais 2 casos suspeitos.
DE QUEM É A CULPA, E DE QUEM É A RESPONSABILIDADE QUANDO A SAÚDE PÚBLICA ESTÁ EM PERIGO?
Esperava-se que a população em geral estivesse consciente da sua obrigação de ficar em isolamento, em suas casas, e quando tivesse que se deslocar ao comércio, saísse sozinho, evitando aglomeração. No entanto, uma parcela da população parece que esqueceu todas essas recomendações.
Quando a população não faz a sua parte, e coloca toda cidade em risco, espera-se que o Poder Pública faça o dever de casa e crie medidas restritivas que coíba os exageros. Exemplos de restrições estão acontecendo em cidades vizinhas e por todo Paraná.