De acordo com o boletim semanal da dengue divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde nesta terça-feira (12), há 167.707 casos confirmados da doença no Estado. São 10.289 novos casos em relação ao informe anterior, que registrava 157.418 confirmações. Mais dez mortes ocorreram por causa da dengue. Os óbitos aconteceram em fevereiro e abril e estavam em investigação. O Paraná acumula 132 óbitos desde julho do ano passado.
No Paraná, 228 municípios estão em situação de epidemia. Entraram para esta relação Apucarana, Congonhinhas, Planalto, Jundiaí do Sul e Foz do Jordão. Todos apresentam taxa de incidência proporcional acima de 300 casos por 100 mil habitantes.
São 303.548 notificações para a dengue em todas as regiões do Estado. O boletim totaliza dados de julho de 2019 até esta segunda-feira (11).
O secretário estadual da Saúde, Beto Preto, alerta que a dengue mata e que os números confirmam a gravidade da situação, inclusive com crianças entre os óbitos confirmados nesta semana.
“Alertamos a população para ações de combate à doença com a eliminação dos criadouros do mosquito Aedes aegypti, pois os principais focos de transmissão estão nos domicílios e precisamos da participação de todos neste controle”, reforçou o secretário.
CURVA DE REDUÇÃO. Apesar do número expressivo de casos, a curva epidemiológica da dengue começa a mostrar tendência de queda.
De acordo com análise das quatro últimas semanas (semanas epidemiológicas 16 a 19), essa tendência de redução pode ser avaliada em pelo menos 167 municípios. “Na maioria dessas cidades atuamos em parceria com as secretarias municipais de Saúde, realizando mutirões técnicos para eliminação dos criadouros, nos meses que aconteceram a pandemia do novo coronavírus”, explica a coordenadora de Vigilância Ambiental da Sesa, Ivana Belmonte.
A atual tendência de queda independe do índice acumulado no período epidemiológico. O cálculo é feito semanalmente, avaliando a taxa de incidência em cada cidade.
É o caso de Iracema do Oeste, que no período total acumula a maior taxa do Estado, com mais 17 mil casos por 100 mil habitantes, proporcionalmente, registra nesta semana a incidência 473 casos por 100 mil habitantes. “Ainda é uma taxa elevada, o município segue em epidemia, mas a diminuição é real”, avalia Raul Bely, da Assessoria de Informação Técnica da secretaria.
Outro exemplo é a cidade de Santa Isabel do Ivaí. De uma incidência acumulada proporcional de 16.598 por 100 mil habitantes, reduziu a taxa nas últimas quatro semanas, registrando 174, 36 na semana 16; 127,86 na semana 17; 69,74 na semana 18 e, nesta semana de monitoramento, que é a semana 19, repete a taxa de incidência de 69,74 por 100 mil habitantes.
Também estão neste grupo de cidades que apresentam real tendência de queda na taxa de incidência de casos: Quinta do Sol, Itaúna do Sul, Quatro Pontes, Floraí, Paranapanema, Icaraíma e Santo Antônio do Caiuá.
“Não quer dizer que as cidades estão livres da circulação do vírus, mas a redução mostra que a eliminação manual dos criadouros, aliada a outras técnicas de combate, pode reduzir o número de casos”, destaca Maria Goretti David Lopes, diretora de Atenção e Vigilância em Saúde da secretaria estadual.
“E, neste momento, com as ações de campo restringidas em função do controle da Covid-19, contamos principalmente, com o apoio de cada paranaense na verificação de sua casa, eliminando todo recipiente que possa acumular água, nos ambientes internos e externos, como em vasos de plantas, calhas, pneus parados, vasilhames destampados, entre outros”, disse a diretora.
De acordo com ela, os números mostram que ainda existe um desafio muito grande pela frente e a cooperação de cada cidadão é fundamental.
ÓBITOS. Entre os dez óbitos confirmados nesta semana, dois são de crianças. Outro dado que chama a atenção e que cinco pessoas que morreram não apresentavam comorbidades associadas.
Dois óbitos foram município de Paranavaí, de duas mulheres, uma de 67, com cardiopatia associada, e outra de 58 anos, sem comorbidade.
As demais mortes aconteceram em: Foz do Iguaçu, homem, 53 anos, sem comorbidade); Cascavel, homem, 21 anos, sem comorbidade; Douradina, homem, 91 anos, sem comorbidade; Sarandi, mulher, 54 anos, com epilepsia associada; Toledo, mulher de 43 anos, que havia passado por cirurgia bariátrica há quatro anos; Tupassi, homem de 63 anos, com hipertensão; Assis Chateubriand, um menino de 8 anos, sem comorbidade; e Maringá, menino de 4 anos que apresentava sequela neurológica.