O presidente Jair Bolsonaro (PSL) assinou, na manhã desta quinta-feira (25/04/2019) decreto que revoga o horário de verão em cerimônia no palácio do Planalto.
Na ocasião, o presidente disse que, como cidadão, sempre teve “receio” da continuidade do horário de verão, e que decidiu acabar com a medida devido a pesquisas de opinião que mostraram que 70% da população brasileira era contra o decreto.
“O ministro da energia fez um estudo, procuramos gente da área de saúde para ver que até que ponto afetava o relógio biológico das pessoas, e todas foram precedentes. Para economia, o horário de pico era às 15h, e na saúde, [o decreto] mexia com o relógio das pessoas”, afirmou.
Origem
O projeto que encerra o horário diferenciado foi apresentado em março pelo deputado federal João Campos (PRB-GO) ao presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), que aceitou a proposta do parlamentar.
De acordo com o parlamentar, é necessário acabar com o ato devido aos “problemas de saúde”, “transtornos” e “desconfortos” que pode causar à população. Segundo Campos, os brasileiros se incomodam por terem que conviver com a “sonolência, a fadiga e a irritabilidade por quatro meses”.
Bolsonaro agradeceu João Campos e também aos demais parlamentares que ajudaram na construção do texto. Ele comentou, ainda, que sabe das dificuldades de deputados de aprovar leis, e por isso se colocou a disposição de parlamentares que precisem de ajuda.
Pesquisas
Segundo levantamento da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o ato economiza de 4% a 5% de energia no período em vigor. Campos, no entanto, avalia que os transtornos causados são muito maiores do que a energia economizada.
Para o meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) Manoel Rangel, “não há ciência” sobre o horário de verão para os estudos da meteorologia e o decreto pode ser prejudicial à população que precisa da luz solar pela manhã. “Outra reclamação recorrente da população diz respeito à falta de segurança durante a madrugada, quando muitos já estão a caminho do trabalho ou da escola”, afirmou.